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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

[INDICAÇÃO DA MARIE] LIVROS OWN VOICES.


Olá galera, tudo bem? Hoje irei trazer para vocês indicações maravilhosas de livros own voices. Para quem não conhece, são leituras onde os seus personagens tem alguma semelhança com o autor seja física, étnica, religiosa, etc. Em suma, ajudam a promover livros com representatividade de todos os tipos. Tudo começou pelo twitter, quando a autora Corinne Duyvis propôs a hashtag #OWNVOICES (link para a thread dela AQUI e para saber mais, visite o site dela.) Neste artigo do Washignton Independent, explica mais um pouco sobre a questão. Abaixo segue alguns dos melhores livros do gênero e inclui uma breve explicação do porquê são considerados own voices.

O ÓDIO QUE VOCÊ SEMEIA, ANGIE THOMAS. 

Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro necessário em tempos tão cruéis e extremos. Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial. Não faça movimentos bruscos. Deixe sempre as mãos à mostra. Só fale quando te perguntarem algo. Seja obediente. Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto. Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos - no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início. Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa. Angie Thomas, numa narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores. Este é um livro que não se pode ignorar.

MOMENTO OWN VOICE: assim como a protagonista, a autora também nasceu em um gueto no EUA e quis dar voz aos garotos negros vítimas de crimes de ódio, como o jovem Oscar Grant que inspirou o personagem Khalil. 

O SOL TAMBÉM É UMA ESTRELA, NICOLA YOON. 

Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história. Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois. O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

MOMENTO OWN VOICE: assim como a protagonista, Nicola também é jamaicano-americana. Ela nasceu na Jamaica, cresceu no Brooklyn e atualmente mora em Los Angeles com a família. 

APENAS UMA GAROTA, MEREDITH RUSSO. 

Prestes a entrar na vida adulta, Amanda Hardy acabou de mudar de cidade, mas a verdadeira mudança de sua vida vai ser encarar algo muito mais importante: a afirmação de sua identidade. Tudo que ela mais quer é viver como qualquer outra garota. E, embora acredite firmemente que toda mudança traz a promessa de um recomeço, ainda não se sente livre para criar laços afetivos. Até que ela conhece Grant, um garoto diferente de todos os outros. Ela não consegue evitar: aos poucos, vai permitindo que Grant entre em sua vida. Quanto mais eles convivem, mais ela se sente impelida a se abrir e revelar seu passado, mas ao mesmo tempo tem muito medo do que pode acontecer se ele souber toda a verdade. Porque o segredo que Amanda esconde é que ela era um menino. 

MOMENTO OWN VOICE: em seu romance de estreia, Meredith Russo retrata o processo de transição de uma adolescente transexual, parcialmente inspirada em suas próprias experiências. Enquanto traz à tona questões difíceis como dilemas existenciais, preconceito e bullying, o livro também fala de forma esperançosa e leve sobre amizade, descobertas e autoaceitação.

AMERICANAN, CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE. 

Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra. Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência. Principal autora nigeriana de sua geração e uma das mais destacadas da cena literária internacional, Chimamanda Ngozi Adichie parte de uma história de amor para debater questões prementes e universais como imigração, preconceito racial e desigualdade de gênero. Bem-humorado, sagaz e implacável, Americanah é, além de seu romance mais arrebatador, um épico contemporâneo.

MOMENTO OWN VOICE: Chimamanda é uma imigrante nigeriana nos EUA, assim como sua protagonista. O mais incrível é acompanhar toda a carga emocional e de vivência que esta autora incrível consegue transpassar para seus livros. Uma experiência quase que extracorpórea que recomendo. 


PARA TODOS OS GAROTOS QUE JÁ AMEI, JENNY HAN.

Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar.

MOMENTO OWN VOICE: como algumas de suas personagens, Jenny Han também é americana mas com descendência oriental. A representatividade cultural e dos costumes é muito bem inserida e de forma a nos imergir no contexto vivido pela família e a protagonista. 

FILHOS DE SANGUE E OSSOS, TOMI ADEYEMI. 

Zélie Adebola se lembra de quando o solo de Orïsha vibrava com a magia. Queimadores geravam chamas. Mareadores formavam ondas, e a mãe de Zélie, ceifadora, invocava almas. Mas tudo mudou quando a magia desapareceu. Por ordens de um rei cruel, os maji viraram alvo e foram mortos, deixando Zélie sem a mãe e as pessoas sem esperança. Agora Zélie tem uma chance de trazer a magia de volta e atacar a monarquia. Com a ajuda de uma princesa fugitiva, Zélie deve despistar e se livrar do príncipe, que está determinado a erradicar a magia de uma vez por todas. O perigo espreita em Orïsha, onde leopanários-das-neves rondam e espíritos vingativos aguardam nas águas. Apesar disso, a maior ameaça para Zélie pode ser ela mesma, enquanto se esforça para controlar seus poderes — e seu coração. Filhos de Sangue e Osso é o primeiro livro da trilogia de fantasia baseada na cultura iorubá O Legado de Orïsha e está sendo adaptado para o cinema.

MOMENTO OWN VOICE: a autora é nigeriana e se inspirou em sua própria cultura e de experiências e contatos com seus ancestrais que ela os sentiu e compreendeu numa viagem que realizou para a Bahia ao ganhar uma bolsa para estudar sobre mitologia africana. 

A FÚRIA E A AURORA, RENÉE AHDIEH. 

Personagem central da história, a jovem Sherazade se candidata ao posto de noiva de Khalid Ibn Al-Rashid, o rei de Khorasan, de 18 anos de idade, considerado um monstro pelos moradores da cidade por ele governada. Casando-se todos os dias com uma mulher diferente, o califa degola as eleitas a cada amanhecer. Depois de uma fila de garotas assassinadas no castelo, e inúmeras famílias desoladas, Sherazade perde uma de suas melhores amigas, Shiva, uma das vítimas fatais de Khalid. Em nome da forte amizade entre ambas, Sherazade planeja uma vingança para colocar fim às atrocidades do atual reinado. Noite após noite, Sherazade seduz o rei, tecendo histórias que encantam e que garantem sua sobrevivência, embora saiba que cada aurora pode ser a sua última. De maneira inesperada, no entanto, passa a enxergar outras situações e realidades nas quais vive um rei com um coração atormentado. Apaixonada, a heroína da história entra em conflito ao encarar seu próprio arrebatamento como uma traição imperdoável à amiga. Apesar de não ter perdido a coragem de fazer justiça, de tirar a vida de Khalid em honra às mulheres mortas, Sherazade empreende a missão de desvendar os segredos escondidos nos imensos corredores do palácio de mármore e pedra e em cenários mágicos em meio ao deserto.

MOMENTO OWN VOICE: com descendência árabe, a autora se inspirou em folclores e contos de seu grupo étnico para escrever esta trilogia. 

A POETA X, ELIZABETH ACEVEDO. 

Best-seller do New York Times sobre uma adolescente que conta sua história através de uma poesia intensa, crua e poderosa. Xiomara Batista se sente sem voz e incapaz de se esconder no Harlem. Desde que seu corpo ganhou curvas, ela aprendeu a deixar os punhos e toda sua raiva falarem. E, em contraste com as regras da mãe religiosa, Xio tenta expressar suas próprias crenças através da poesia: a garota derrama toda frustração e paixão nas páginas de um caderno, recitando as palavras para si mesma como orações. Em seu romance de estreia, Elizabeth Acevedo aborda dúvidas e experiências frequentes da adolescência – religião, relacionamento e autoaceitação –, apresentando essas questões por meio das lentes da herança afro-latina de Xiomara. Acevedo elevou o romance escrito em verso a uma ferramenta poderosa, fornecendo aos leitores uma narrativa incrivelmente viciante e deliciosamente rítmica, implorando para ser lido em voz alta. 

MOMENTO OWN VOICE: a autora traz um ponto de vista único e em particular para aqueles que convivem com todo tipo de preconceito e procuram por si mesmos na literatura e na vida. Assim como sua protagonista, Acevedo também encontrou na escrita uma forma de fazer sua voz ser ouvida. 

ESTAMOS BEM, NINA LACOUR. 

Marin deixou tudo para trás. A casa de seu avô, o sol da Califórnia, o corpo de Mabel e o último verão agora são fantasmas que ela não quer revisitar. O retrato de uma história em que já não se reconhece mais. Ninguém nunca soube o motivo de sua partida. Nada se sabe sobre a verdade devastadora que destruiu sua vida. Agora, ela vive em um alojamento vazio e está sozinha no inverno de Nova York. Marin está à espera da visita de sua melhor amiga e do inevitável confronto com o passado. As palavras que nunca foram ditas finalmente se farão presentes para tirá-la das profundezas de sua solidão.

MOMENTO OWN VOICE: um livro que aborda diversas emoções. Com as vivências da autora inseridas ao longo da narrativa, a experiência se torna ainda mais forte. 

Espero que tenham gostado das dicas. Um super beijo. 

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