[RESENHA] A Casa do Lago, Kate Morton.

julho 19, 2017


Olá galera, tudo bem com vocês? Hoje vos trago um livro que entrou para a minha galeria de favoritos. Sabe quando você simplesmente escolhe um livro pela capa por achá-la incrivelmente atraente e a sinopse encantadora? Foi assim com A Casa do Lago, de Kate Morton - que inclusive, passei a admirar muito - que traz uma trama de suspense inebriante e que com certeza te fará passar por uma enorme aventura literária.

SINOPSE DO LIVRO: A asa da família Edevane está pronta para a aguardada festa do solstício de 1933. Alice, uma jovem e promissora escritora, tem ainda mais motivos para comemorar: ela não só criou um desfecho surpreendente para seu primeiro livro como está secretamente apaixonada. Porém, à meia-noite, enquanto os fogos de artifício iluminam o céu, os Edevanes sofrem uma perda devastadora que os leva a deixar a mansão para sempre. Setenta anos depois, após um caso problemático, a detetive Sadie Sparrow é obrigada a tirar uma licença e se retira para o chalé do avô na Cornualha. Certo dia, ela se depara com uma casa abandonada rodeada por um bosque e descobre a história de um bebê que desapareceu sem deixar rastros. A investigação fará com que seu caminho se encontre com o de uma famosa escritora policial. Já uma senhora, Alice Edevane trama a vida de forma tão perfeita quanto seus livros, até que a detetive surge para fazer perguntas sobre o seu passado, procurando desencavar uma complexa rede de segredos de que Alice sempre tentou fugir. Em A Casa do Lago, Kate Morton guia o leitor pelos meandros da memória e da dissimulação, não o deixando entrever nem por um momento o desenlace desta história encantadora e melancólica.

Não é segredo algum para quem acompanha o blog que minha verdadeira paixão são livros regados com boas doses de suspense e um que psicológico. Adoro ser pega desprevenida, me deixando ser conduzida pela trama enquanto minha curiosidade se eleva a um nível inesperado. Neste livro, isso tudo aconteceu e um pouco mais.

Nele temos a visão de passado (1933) e presente (2003) de duas histórias que se entrelaçam de uma maneira, a princípio, previsível (se percebermos pela sinopse) mas que no decorrer da historia acaba por nos surpreender. No passado, conhecemos nossa primeira protagonista, Alice Edevane. Ela era apenas uma garota sonhadora e incrivelmente apaixonada pela vida que contava suas histórias em seu fiel escudeiro, o caderno de anotações. Pelo menos foi assim durante algum tempo, até seu irmão ter um desaparecimento repentino e nunca desvendado. Com este acontecimento trágico, ficamos nos perguntando o que pode ter acontecido. Então, algo nos é revelado: Alice esconde um segredo de sua família ele tem total participação no desaparecimento de seu irmão. Alice quer que este segredo morra com ela. Assim, quando achamos que sabemos de tudo, ficamos a mercê da narrativa...

Somos puxados ao presente, que nos apresenta a nossa segunda protagonista: Sadie Sparrow. Ela é uma investigadora profissional, que por um deslize sério em seu último caso acaba tendo sua carreira ameaçada, assim é afastada de suas funções, fazendo com que ela se force a passar um tempo longe de tudo. É quando ela resolve viajar para a casa de seu avô, em Cornualha. Quando sai para fazer a sua corrida matinal com seus cães, ela encontra uma casa abandonada e com seus instintos de policiais, acaba se deparando com um grande caso a ser resolvido. É neste ponto que os caminhos de Sadie se cruzam com os de Alice, com agora 70 anos.

Os capítulos são narrados ora por Sadie, ora por Alice. É muito importante ler os capítulos que contém os flashbacks (que estarão com as datas dos acontecimentos), que são de suma importância para compreensão da trama, inclusive para aqueles que irão gostar de observar a história pelos olhos de Sadie. O mais interessante de saber a partir deles são as características das personagens, como suas maneiras de pensar e agir, que de fato fazem total diferença e acabam por deixar a trama muito mais complexa e envolvente. Um aviso: os capítulos são longos. Eu não me incomodei muito, pois já tinha lido alguns livros que tinham este mesmo formato, mas sei quando pode não ser fácil, mesmo com a trama prendendo sua atenção.

Os personagens são muito bem trabalhados aqui. Percebe-se que houve uma construção pela maneira com que as duas agem em determinados momentos. Infelizmente, não consegui sentir tanta empatia pelos personagens (principalmente a Sadie), o que me chateou. Apesar tudo, elas conseguem nos envolver com suas tremas (créditos a Alice, que me deixou intrigada em muitos momentos). Em alguns romances policiais, temos um grande numero de personagens na trama, mas aqui a quantidade é suficiente para a trama, o que faz dela algo único.

A maneira como Kate deslancha o mistério é algo que me deixou emocionada e extremamente feliz, e me fez querer procurar outros livros seus. Mesmo sendo bem descritivo, não se deixa levar pela enrolação e consegue trazer a aura necessária para os momentos certos. O final não foi algo surpreendente, mas também não é decepcionante, conseguindo transmitir toda a ideia construída ao longo das páginas. Para os amantes de romance policial, é um prato cheio. Se você gosta de suspense ou esta disposto a uma leitura longa e complexa, este é o seu momento.

SOBRE A AUTORA: Kate Mor­ton, a mais velha de três irmãs, cres­ceu nas mon­ta­nhas do Sudo­este de Que­ens­land, na Aus­trá­lia. Depois de con­cluir o ensino secun­dá­rio licenciou-​se em Artes Dra­má­ti­cas em Lon­dres, no Reino Unido. Se até então achava que o seu futuro seria no tea­tro, rapi­da­mente des­co­briu que a sua pai­xão eram as pala­vras. Mais recen­te­mente licenciou-​se em Lite­ra­tura Inglesa. Kate vive atualmente com o marido, Davin, e os seus dois filhos em Bris­baine, num pala­cete do século deza­nove repleto de mis­té­rios. A Casa das Lembranças Perdidas é o seu pri­meiro romance.

"A vida parecia uma estrada reta à frente, esperando que a percorresse se você fez a coisa certa e a faria de novo, a única coisa que resta a fazer é seguir em frente."

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