[RESENHA] Resistência, Affinity Konar.
julho 08, 2017Olá galera! Voltamos com os posts aqui no ML. Hoje vos trago um livro que me deixou extremamente emocionada e reflexiva durante semanas. Inicialmente, comecei com baixas expectativas, mas depois do segundo capítulo me envolvi na história de uma maneira incompreensível, e me peguei levando menos de 4 horas para terminá-lo. Mas antes de tudo, vamos conferir a sinopse:
SINOPSE DO LIVRO: Auschwitz, 1944. As gêmeas Pearl e Stasha têm 12 anos quando desembarcam no campo de concentração nazista na Polônia. à medida que conhecem o horror e têm suas identidades fraturadas pela dor e sofrimento, tentam confortar uma à outra e criam códigos e jogos para se proteger e recuperar parte da infância deixada para trás. Mas quando Pearl desaparece sem deixar pistas, Stasha se recusa a acreditar que a irmã esteja morta e embarca numa jornada desesperada em busca de justiça, paz e de si mesma. Livro notável pelo The New York Times; Livro do Ano pela Amazon e pela Publishers Weekly; indicação de leitura dos principais veículos de imprensa norte-americanos, Resistência narra, com uma voz poderosa e única, a trajetória de duas irmãs lutando pela sobrevivência em um dos períodos mais devastadores da história contemporânea e mostra que há beleza e esperança até diante do caos.
Resistência é o romance de estreia da escritora Affinity Konar, que retrata a história real das irmãs gêmeas Eva e Miriam Mozes, sobreviventes da Segunda Guerra Mundial. É sempre narrado em primeira pessoa (pelas duas irmãs) ao longo de suas 320 paginas. A cada capítulo você sofre pela historia das pequenas e se enxerga em suas peles, fazendo com que a leitura chegue a um nível pessoal muito forte. Posso dizer que esta experiência foi uma das mais perturbadoras, essenciais e especiais que já tive.
Pearl e Stasha são inseparáveis. Após serem enviadas juntamente de sua família para o campo de concentração Auschwitz, ambas ficam a mercê de um homem que podemos considerar ser uma das criaturas mais horripilantemente cruéis que já existiram: Josef Mengele, ou Anjo da Morte, um suposto médico que fez atrocidades com inúmeras crianças em nome de sua suposta ciência. Mengele, criou o chamado "Zoológico de Mengele", onde sequestrava e mantia sobre cárcere privado crianças gêmeas, albinas e com algum tipo de deformidade para fim de utiliza-las e suas insanas experiências. No final, estas crianças eram usadas e a única coisa que restava era uma imensidão de dor e sofrimento.
O livro se desenvolve a partir do momento em que nossas gêmeas começam a fazer parte destes tais experimentos. Elas tem a noção do que esta acontecendo e aqui fica claro o quanto elas lutam para continuarem a ser quem elas são, mesmo com tantas coisas ruins acontecendo ao mesmo tempo. A inocência beirando a insensatez é posta a prova quando nos deparamos com uma Stasha quase submissa a Mengele, o que nos mostra a personalidade de cada uma, além do que se passa em seus interiores, em suas próprias confusões.
Contudo, quando achamos que sabemos de tudo, nos deparamos com um tipo de sentimento que hoje pode ser muito subjugado: o amor entre irmãos. Assim, quando a pequena Pearl desaparece, Stasha contanto com a ajuda de Feliks, um garoto que assim como ela tem muitos desejos e sofreu grandes perdas, move seus e terras para encontra-la e assim juta vingança a aquele que lhe tirou seu bem mais precioso, sua irmã. Com caminhos tortuosos pela frente que os farão enfrentar variadas situações colocando a prova suas vidas, ambos mostram o quanto a vida é uma bela e desagradável experiência para a nossa eternidade na Terra.
O ritmo do livro é incrível, e a cada capitulo você se depara com um novo sentimento que o faz querer continuar a ler sem querer parar. Aqui todos os personagens são impecáveis e digo isto por conta se apenas uma características: eles são reais. Seus anseios e desejos são tão reais quanto o ar que respiramos, e nos sentimos tão próximos a eles que quando algumas situações acontecem você se sente tão emocionalmente abalado que fica difícil pensar/sentir/falar em alguma outra coisa tanto que o desejo de abraça-los e dizer que tudo ficará bem é o que fala mais alto. Os últimos capítulos foram a experiência mais inquietante que já passei, e assim que o livro terminou fiquei algum tempo sentada tentando assimilar tudo o que li e vivi em poucas horas, e chorei. Chorei pelas crianças e adultos que sofreram em nome de um ditador. Chorei por tantas vidas perdidas em nome do poder ou da religião. Chorei pela vida que elas perderam e não poderão aproveitar. Chorei pelo mundo ser cruel.
É com toda a certeza, um dos meus livros favoritos e um dos melhores que existem. Me sinto sortuda por não ter desistido dele. Por isso fica aqui a minha dica de leitura. Não será nada fácil, por isso se prepare emocionalmente e se entregue a ele. No final, tudo terá valido a pena, pode apostar.
SOBRE A AUTORA: Affinity Konar foi criada na Califórnia e é Mestre em Artes e Ficção pela Columbia University. Ela já trabalhou como tutora, copidesque e editora de livros educacionais infantis. Ela vive em Los Angeles com seu cachorro, Linus. Resistência é seu primeiro romance.
"Em meu rosa fetal, tive de encarar essa verdade: sem ela eu seria apenas um pedaço, uma coisa sem valor algum, um ser humano incapaz de amar.''
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