[ACOTAR SERIE] Relacionamento abusivo.
novembro 05, 2017Olá galera, tudo bem? Hoje estou aqui para conversar com vocês sobre a série ACOTAR da escritora Sarah J Maas e como ela lida com a questão do relacionamento abusivo. Antes de tudo, saiba que ao longo deste texto PODE CONTER SPOILERS, por isso se você não leu, pare por aqui, ou continue caso queira saber mais.
Para melhorar explorar esta análise, resolvi fazer tópicos onde poderemos entender aos poucos como tudo foi colocado de modo sutil, fazendo com que o leitor, após a descoberta da retratação do tema, fique surpreso por não ter notado tais sinais. Então, vamos lá:
1- Feyre e sua vida
miserável: Sim! Totalmente miserável. Desde a morte de sua mãe, as suas perdas
materiais e financeiras, o acidente de seu pai (que o impossibilitava de fazer
grandes movimentos) e a falta de afeição por parte de suas irmãs Elain e Nestha, Feyre
suportava todo o tipo de situação para dar o melhor pela sua família. Ela se
priva da exaustão de seu corpo e dos muitos pensamentos e opiniões para ser a
corda forte que amarra a família que ela ainda sente que tem e que por mais que as
circunstâncias sejam difíceis, ainda os amam. Por tudo isso, ela se torna
alguém frágil, capaz de ser manipulada quando começa a receber pequenos atos de
atenção. Assim, podemos ligar sobre a situação dela com Isaac. Apenas o que é
carnal prevalece, como um escape para afagar a dor que sente. Mas depois o que sobra é o vazio, a angústia. O que a leva para um caminho tortuoso.
2- Chegando a Corte
Primaveril: Após a chegada de Feyre em Prythian, percebemos que ao invés de ser
tratada como uma prisioneira, logo ela se torna uma convidada. Começa a criar uma relação boa com as pessoas que residem ali, como Lucien e Alis. Mas, acaba se
envolvendo com Tamlin, o Grão-Feérico da corte (aquele que a sequestrou). A partir deste ponto, começa-se a suposta comparação com o clássico a Bela e Fera.
3- Feyre e Tamlin juntos:
Durante boa parte do livro (ou quase todo o livro) vemos o
desenvolvimento do relacionamento entre Tamlin e Feyre. Houve um estranhamento
entre eles, principalmente pela diferença entre eles: ela HUMANA e ele
um GRÃO-FEÉRICO. Guarde bem estas diferenças. Pois bem, assim que ambos se
envolvem e começa a acontecer o rola-enrola, surgem os pequenos, mas importantíssimos
sinais do relacionamento abusivo. Enquanto ambos estavam juntos sexualmente,
nada era descrito como algo amoroso e sim mais próximo da violência, até mesmo cruel. Feyre
inúmeras vezes cita Tamlin como uma besta, que parece ser libertada nestes
momentos.
“Não queria que ele fosse carinhoso – porque o que eu sentia por ele não era nada assim. O que eu sentia era selvagem e forte e ardente, e era assim que ele me tratava”
Isto fica claro em vários
momentos. A princípio, pode-se usar vários argumentos como a paixão avassaladora
entre eles ou um simples traço em comum na personalidade dos dois. Contudo, sabemos
que Tamlin é assim, já que ele trata Feyre e outros (como Lucien) de maneira
fria. Mas Feyre, não é assim. Ela se tornou assim por ser a única maneira de conseguir sobreviver. Feyre é um vulcão
adormecido pela dor. Aqui, percebemos dois traços do relacionamento abusivo:
quando você começa a aceitar uma situação constante (o envolvimento crescente
do relacionamento) e o instante em que acaba consentindo com ela, e assim o não acaba sendo
sua última opção para tudo. Então chegamos ao estágio preocupante e
alarmante, onde a lente que deixava a visão um pouco embaçada, agora completamente cega.
4- Embates e mais
percepções: Em alguns momentos conseguimos ver o vulcão dentro de Feyre
querendo se expelir. Nas conversa com Lucien e até mesmo com
Tamlin, Feyre questiona sobre o mundo em que está e o que conheceu (o
seu mundo humano). Começamos a ver vestígios da sua aceitação, pois para ela, o que Tamlin fala é
certo e mesmo que o seu questionamento exista, ele é silenciado, seja pela posição dele ou pela relação que se construiu.
“Porque humanos eram tão indefesos quanto bebês em comparação aos predadores natos, como Lucien — e Tamlin, que não precisavam de armas para caçar. Olhei para as mãos dele, mas não vi traços das garras. O temperamento de Tamlin estava controlado de novo. — O que mais é diferente agora? — perguntei, seguindo Tamlin para cima dos degraus de mármore da entrada.”.
5- Ponto fraco: Tamlin acaba
descobrindo o ponto franco de Feyre, sua família. Deste modo, começa um discurso de
sentimentalismo que acaba fazendo com que Feyre prolongue o que deveria ter
sido cortado desde o primeiro momento.
“Então, eu deveria mesmo morar ali para sempre. Por mais que desejasse me certificar de que a palavra de Tamlin sobre cuidar de minha família fosse verdade, por mais que sua alegação de que eu estava cuidando mais de minha família ao ficar longe... Mesmo que eu estivesse realmente cumprindo aquela promessa à minha mãe ao ficar em Prythian... Sem o peso da promessa, eu me sentia oca e vazia.”
Feyre começa a se distanciar
do seu verdadeiro eu em nome de uma "Nova Feyre", aquela que mora em Prythian e
que está ao lado de Tamlin, alguém que supostamente esta cuidando dela. Triste, certo?
6- Tamlin agressivo: No
decorrer do livro percebemos que Tamlin esconde uma fúria avassaladora dentro
da sua máscara de frieza e indiferença. Feyre (juntamente com Lucien) estão
sempre presentes em inúmeros momentos. O que nos leva ao tópico abaixo. Um
tópico decisivo.
7- Tamlin agredindo Feyre:
Aqui chegamos na conclusão de todos os tópicos acima. Feyre após passar tanto
tempo no poder de Tamlin, acredita que realmente esteja apaixonada por ele. É neste momento que percebemos o quanto o relacionamento abusivo
chegou ao nível mais drástico, a agressão. Tamlin possuído pela magia e com
ciúmes (além de ser sentir diminuído e com seu ego machucado) morde Feyre. Aqui
fazemos um paralelo ao uso da bebida alcoólica como justificativa para a
agressão.
“Tamlin puxou as garras da parede, e meus joelhos falharam quando ele me soltou. Segurei a parede para evitar afundar no chão, para evitar agarrar Tamlin... para bater ou acariciar, eu não sabia. Abri os olhos. Ele ainda sorria; sorria como um animal.”
Logo após a agressão (no dia
seguinte) tudo é tratado de forma a ter sido uma brincadeira, como se Feyre
tivesse culpa pelo que aconteceu e tivesse merecido tal agressão. E o
relacionamento continua se tornando uma prisão fantasiada de um local estável.
8- Provações de Feyre: O
livro começa a mostrar Feyre como uma personagem forte nos momentos de provação que a personagem passa. Infelizmente, em muitos destes pontos ela começa a pensar
em Tamlin como uma forma de bote expiatório, ao invés de pensar em si mesma e
no quanto ela é incrivelmente destemida e uma sobrevivente apenas por
ser quem ela é. Então, neste momento temos a apresentação do personagem Rhysand,
que parece ser ora aliado, ora inimigo. Feyre acredita que ama
Tamlin, mas não consegue expressar em palavras. Sabemos que tal demonstração tem um valor grande
para Tamlin, mas não o mesmo para Feyre. Enquanto para um significa alívio,
para o outro é algo maior que a vida, impossível de descrever.
9- Sacrifício de Feyre:
Acreditando neste amor, Feyre se sacrifica por Tamlin. Ela se torna uma
feérica, mudando sua vida e o seu "eu" por inteiro. E este a vê fazer tudo isso sem expressar nenhuma reação.
Vemos outros personagens ajudando Feyre, inclusive o misterioso (até este momento
da história) Rhysand. Desta escolha, todos que Feyre ama, como no caso de sua família,
sofrem as consequências. Aqui fica perceptível o quanto a violência do
relacionamento abusivo impacta a vida além daquele que a sofre diretamente.
Até este ponto vimos sobre o
livro Corte de Espinhos e Rosas. Agora, vamos fazer uma correlação sobre o
segundo livro, Corte de Nevoa e Fúria. Enquanto no primeiro vemos a maneira
como o relacionamento abusivo funciona, sendo invisível para aqueles que
enxergam de fora e para quem está dentro, no segundo percebemos que ele pode
ser interpretado e mudado quando temos as pessoas certas ao nosso lado para ajudar.
10- Tamlin impossível:
Começamos o livro vendo Tamlin e Feyre juntos após a mudança de nossa
protagonista. Tamlin priva Feyre de sair para qualquer lugar, por achar que ela
é frágil. Ele não entende que Feyre nunca foi fraca e isto desde quando era
uma humana que cuidava de sua família. Mesmo agora quando é uma feérica, ele
continua a vê-la como menor. Inclusive, a maior percepção para esta realidade se dá quando Feyre o questiona se ela será a Grã-Senhora da corte dele e ele diz que somente ele é o senhor, sendo ela apenas sua esposa. O famoso dizer "doce, recatada e do lar". Basicamente isso. Lembra quando eu disse para guardar
as palavras HUMANA e GRÃO-FEÉLICO. Era por isso. Mesmo após o sacrifico de
Feyre, Tamlin ainda acredita que ela é inferior a ele, apesar dele afirmar que
ama.
11- Distanciamento: Deve
ficar claro que a autora conseguiu realizar a proeza de tratar as
consequências de um trauma pós-acontecimentos de forma real. Todos os
envolvidos estão sofrendo e se recuperando de tudo o que
aconteceu. Enquanto Feyre está passando por este momento, percebemos que seu
relacionamento com Tamlin esfriou de maneira rápida. Todo aquele fogo do
primeiro livro se esvai, restando apenas as brigas e questionamentos. Um trecho
que fica claro como o relacionamento chegou a um nível absurdo:
“Não quero ouvir o nome de outro macho em seus lábios agora” — grunhiu, e abaixou a boca até mim. Com o primeiro toque de sua língua, parei de discutir.”
Nesta parte Feyre estava
falando sobre a mãe de Lucien. Ao ouvir o nome do
Lucien/amigo/confidente/irmão ele profere a fala. O nível de ciúmes e possessão
se tornou sufocante e Feyre não consegue perceber. Tanto que ela se cala e
aceita o “carinho” dado por seu “amor”.
12- O acordo com Rhysand:
Feyre precisa cumprir o acordo que fez a Rhysand no primeiro livro e por isso
vai passar algum tempo com ele. Ele a resgata no momento de casamento com Tamlin e a leva ao seu mundo, na Corte Noturna, onde ele é o Grão-Feérico. Ela passa por algo parecido com um dejá vu, quando chega neste novo mundo. A beleza do lugar é tanta que fica maravilhada. Outra surpresa é que pensava que seria tratada como prisioneira, quando na verdade torna-se uma convidada especial. Onde será que vemos
isso, hein?
13- Mudanças sutis: Feyre
começa a passar algum tempo com Rhysand, que se torna um meio de fazer com que
Feyre abra seus olhos e se permita entender o tipo de relação que vinha tendo com Tamlin. Rhysand se mostra paciente e a deixa livre para ser quem ela quiser. Mas, ainda presa pelo
relacionamento abusivo, rejeita o que lhe é dado e prefere a vida que supostamente ainda estava em espera. Mas
não por muito tempo.
14- Mudanças drásticas: Ao retornar para a vida que achava ser perfeita, se deparar abandonada e literalmente presa em cárcere privado. Felizmente, é salva
por Rhysand que não aceita vê-la naquela condição de incapaz. Então, ele a leva
novamente para seu mundo e começa a dar a Feyre opções que nos parece simples,
mas que para ela são importantes como aprender a ler e a se defender, agora
que possui poderes especiais por ser uma feérica. Ele nunca a subestima, e mesmo que pareça ser aquele que lhe dá vida, é justamente o contrário. Eu o vejo mais como uma ponte que proporciona a ela meios para se reerguer. Por isso, ele sempre
deixa que o temperamento de Feyre transpasse o limite, pois não quer mudá-la. Quando estão em treinamento, ele
a pressiona para dar tudo de si mesma, dando a ela a opção de tomar suas próprias decisões e fazendo com que perceba todo o seu valor.
15- Amigos de Rhysand:
Cassian, Mor, Azriel e Amren são os grandes amigos de Rhysand. Todos ajudam Feyre de alguma maneira. Ela cria laços com eles, algo que nunca foi capaz de fazer, mesmo quando estava na Corte Primaveril. Cada um a tratará de maneira a fazer
Feyre repensar sobre seus conceitos de amigos e família. A força que emana de
cada um fará com que a nossa protagonista se fortaleça.
16- Relacionamento com Rhys:
E chegamos ao ponto crucial. Quando Feyre começa a refletir sobre seu
relacionamento com Tamlin, percebemos o quanto ela estava sofrendo calada e o momento em que se perdeu. Com sua vivência na Corte Noturna, conseguiu se encontrar, se descobrindo uma
Feyre apaixonada pela vida, que ama pinturas, que sabe ler e pode se defender
sozinha. E que está realmente apaixonada por uma pessoa que a valoriza. Lembra quando
Rhys beijou suas lágrimas? Quando sabemos da ligação de parceiros entre ambos,
aquilo parece ter uma compreensão. Mas na verdade, o que precisa ficar certo é
que Rhys fez/faz pela Feyre o que ela merece, não apenas pelo laço que os
mantém ou pelo amor que ele sente por ela. Ele a enxerga. Um cena em que isso fiva perceptível, é quando Rhys apresenta Feyre como a Grã-senhora da Corte Noturna
(no terceiro livro).
17- Feyre poderosa: Em
boa parte da narrativa até o final do livro vemos uma Feyre forte e livre do relacionamento
abusivo. Ela consegue se aceitar e se amar e o resultado é incrível. Feyre é
uma das personagens mais maravilhosas que poderemos conhecer. A sua construção
claramente é uma Jornada do Herói com o paralelo da vida real (o relacionamento
abusivo). A sua queda é triste de ler, mas necessária para a personagem e o tanto
que ela significa para muitas leitoras. Porém, o seu ressurgir é lindo,
emocionante e verdadeiramente inspirador.
18- Feyre Quebradora da
Maldição: Acho que o título faz jus a toda a trajetória de Feyre. Ela é a fênix
em forma de personagem. Da garota humana forte e destemida, passou para humana manipulada e então se encontrou e se transformou em uma (agora)
Grã-Senhora da Corte Noturna. Esta parte, para mim, foi a
que eu mais chorei e senti que Feyre:
“Quero que saiba que — sussurrei — que estou quebrada, e me curando, mas cada pedaço de meu coração pertence a você. E me sinto honrada, honrada, por ser sua parceira.”
Uma declaração de amor
sincera e puramente de sentimentos limpos. Vemos uma Feyre se
tornando uma guerreira forte e iluminada pelo novo sentimento que a domina e a
deixa leve. Agora você deve estar
pensando, mas depois de tudo isto e como fica o Tamlin? Ele é o único vilão de
história? O Rhys é perfeito assim?
Muitas fãs podem dizer que o
Rhys é perfeito sim. Eu acho que ele é um bom personagem, mas não perfeito, assim como todos os outros presentes nesta obra.
Desde o começo, achamos que ele era um vilão por sempre se manter em cima de
muro sobre o que acontecia. Mas no final do livro, ele passou a ser um "herói". No segundo livro ele passou a ser um grande protagonista e alguém capaz de
ajudar e amar Feyre. E por tudo o que ele fez, acho impossível não dar grandes
créditos a ele. Ele erra? Sim, claro. Mas a sinceridade e o respeito com que
ele lida com estes pontos são interessantes e importantes. Gosto dos antagonismos que ele traz.
Mas falando do Tamlin...
Sabemos que ele parecia ser um homem machucado, que se apaixonou
pela mocinha aparentemente frágil e fez de tudo para protegê-la (a partir do seu
modo doentio). Mas, sabemos que não é bem assim, pois existe
um homem violento. Em diversos livros que tem este tipo de relação, vão aparecer situações ou contextos para tentar justificar as ações destes personagens. Eu gosto muito de citar
a série After, onde temos um clássico escancarado de relacionamento abusivo, mas
que fica mascarado pela aparência do personagem masculino Hardin e o “amor”
entre ele e Tessa, a vítima. Nas pesquisas que fiz sobre o perfil de um
agressor, sabe-se que:
“...muitas vezes tem uma história de abuso a mulheres, ou a animais, ou foi abusado ele mesmo - Agressores físicos repetem seu padrão e procuram pessoas que são submissas e possam ser controladas. O comportamento abusivo pode ser uma disfunção geracional e pessoas que sofreram abuso têm uma grande chance de se tornar agressores. Homens que abusam de animais são mais capazes de abusar de mulheres também.”
Tamlin sofreu abusos e
violência? Sim. Mas outros personagens também sofreram, como Lucien (que sofre um
relacionamento abusivo com o próprio, e ainda não se libertou, por ser sentir
culpado) e o Rhysand. Portanto, ele é o único culpado por ser quem é. Ele nunca quis
ajuda, mesmo quando tinha ao seu lado uma pessoa incrível como Feyre, que ele
quase arruinou. No final das contas, Tamlin
era o Gastão e o Rhysand era Fera. É realmente um assunto
complexo e delicado, mas se você quiser ler mais sobre ele e entender, deixou abaixo
alguns links que me ajudaram a encaminhar minha pesquisa:
Fiz uma listinha básica de
livros com relacionamentos abusivos. Alguns podem chocar e outros já são mais
escancarados. O principal aqui é você analisar todo o conteúdo do livro e
principalmente os seus personagens. Não se deixe enganar pela sinopse ou pelo
tanto de pessoas que gostaram dele. Não deixe sua opinião ou sua “lente” ser
influenciada pela maioria que se deixa enganar por estereótipos e um mesmo tipo
de narrativa com bad boys problemáticos e agressivos se passando por mocinhos
machucados. A escrita da autora não deve ser rebaixada por conta da percepção do relacionamento abusivo. Por exemplo, eu gosto de 50 tons de cinza e em muitas mudanças que ele trouxe para o cenário literário atual (se vocês quiserem possa até fazer um artigo sobre isto!). Também adoro a escrita da Becca Fitzpatrick em Gelo Negro e já fui fã de Twilight. Mas, precisamos falar sobre isso. Não dá mais para ficar calada.
Obrigada por acompanharem
tudo. Se você quiser discutir mais, mande um email para mariandopeloslivros@gmail.com. Vai ser uma honra recebe-los por lá. Estes foram alguns
pontos que consegui destacar, apesar de ainda existir muitos outros que podem ser
analisados. Não citei muito do terceiro livro em respeito a aqueles que ainda
não o leram (pelo seu lançamento ser recente).
21 comentários
Oq vc acha do Travis, de Belo Desastre? Na primeira vez que li achei ele perfeito, mas depois fui achando alguns comportamentos dele muito errados, como o ciúme obsessivo que ele sente pela Abby. Não sei se vc já postou algo sobre esse livro, mas se não fez isso, pfv, faça! Adoraria saber sua opinião!
ResponderExcluirCara! Que legal! Nem passava pela minha mente, eu comecei hj corte de Rosas e Espinhos estou quase na página 100, estou gostando bastante ( não ligo pra spoilers) mas achei bem legal essa sua resenha nem passava pela minha mente! Agora vou ler com amiga atenção aos detalhes.
ResponderExcluirAi que bom Cy! Fico extremamente feliz.
ExcluirAdorei o que escreveu, é exatamente assim que identifico as personagens!
ResponderExcluirAh que bacana Bruna! Acho importante fazermos tais reflexões sobre os livros que lemos ❤
ExcluirMenina, eu estou no capítulo 36 do primeiro livro, e admito que não tinha percebido nada disso, exceto a mordida que eu repudiei com todas as letras, mas conforme a história foi passando, e acho q me influenciei justamente por causa da narração ser feita pela Feyre, eu me vi gostando do casal. O que me trouxe ao seu post foi um tweet falando que o tamlin era uma barreira para se gostar de todos os feéricos, e fui saber o porquê, já que pra mim ele era um dos mocinhos. Mas gostei de seu post, de verdade, eu realmente enxerguei o que estava acontecendo, obrigada.
ResponderExcluirOi Natália, tudo bem? Fico muito (((muito mesmo))) feliz por você ter lido esta postagem e identificado estes pontos, que são bem importantes para a sua leitura e entendimento deste universo criado pela Maas.
ExcluirMuito boa sua reflexão. Também considero a relação de Feyre e Tamlim abusiva. Muitas vezes sentimos raiva dele. Uma das piores coisas que ele faz é a exposição da intimidade dela, no âmbito sexual, em plena reunião de grão-senhores. Agora, sinceramente, a parte da mordida, eu achei bem sexy, rsrs. Ele acaba a graça é quando não consegue enxergar a pessoa que ele tem ao lado, a força, a coragem, e desconsidera os gostos dela, o valor enquanto companheira. Ele e muitos dos outros personagens masculinos são altamente misoginos. Rhys não. Tanto é que ele coloca mulheres em posição de comando em sua Corte. Enfim, adorei os livros. Especialmente por mostrar personagens femininas fortes, livres, e resilientes.
ResponderExcluirOi Angélica! Muito obrigada por ter lido e deixado seu comentário. É bem difícil perceber o comportamento abusivo, ainda mais quando grande parte dos livros passam a romantizá-los. Mas que bom que conseguiu identificar ;) E realmente, são ótimos livros, e também adoro suas personagens femininas. Beijão.
ExcluirLi o primeiro livro e amei, não terminei os outros, fui ver umas ilustrações dos personagens da série e vi uma da feyre com o Rhys e fiquei com muita raiva quando descobri que eles ficavam juntos e não ela com o Tamlin. Depois que eu li o que você escreveusa fui reler o livro e percebi que realmente era um relacionamento abusivo e eu não tinha percebido e fiquei perplexa kkkkkk muito obrigada por escrever isso, agora vou terminar de ler a série
ResponderExcluirOi Edna, obrigada por ler esta postagem. Realmente, a princípio, é difícil de captar esta relação, ainda mais quando temos tantos livros que a naturalizam. Mas é sempre válido nos atentarmos sobre ela. E fico feliz que você tenha voltado a ler ❤ super beijo.
ExcluirAconteceu o mesmo comigo, eu fiquei triste por não ser Tamlin e Feyre juntos, mas assim que acabei o primeiro ( tão rápido kkk), parti para o segundo. Vendo que eles não ficariam juntos eu fiquei chateada e travei, mas agora entendi.
ResponderExcluirEu sempre pressenti que havia algo de errado com o Tamlin e após toda esta análise fiquei feliz em saber que estava certa sobre ele. A Feyre (felizmente) se encontra feliz agora e ao lado de um ótimo parceiro. Mas é compreensível esta chateação inicial que temos, principalmente por quem se apega ao Tamlin.
ExcluirOi ,mas o livro é uma retratação da Bela e a fera então o livro só não é perfeito, porque os protagonistas feyre e tamli não fica juntos fiquei muito triste
ResponderExcluirCaraca �� n tinha pensado dessa maneira... eu ainda estou lendo o primeiro livro ( n ligo para spoilers) Eu tinha gostado do casal... vou prestar mais atenção. Amei sua resenha ❤ ainda bem que li.
ResponderExcluirSucesso sempre ❤
Muito obrigada meu bem e que bom que esta postagem pode, de certa forma, acrescentar em sua leitura. Beijão ❤
ExcluirAchei sua reflexão muito interessante. Eu nunca parei para pensar sobre esse lado da história; até agora eu estava vendo o Rhys como um verdadeiro vilão que atrapalhava o casal (ainda não terminei de ler todos os livros). Agora eu vejo o quando ela sofria com Tamlin, e embora eu tenha julgado muito todos os personagens sem ter a real noção do que eles passavam, eu ainda não shippo ela totalmente com o Rhys, mas acho que com o tempo eu começo a gostar do casal (afinal, eu ainda estou bem no começo da história). Mas, ela ficam com quem, no fim das contas?
ResponderExcluirPoxa que bacana, fico feliz que tenha gostado da postagem! E sim, com o passar dos livros temos uma outra visão do Rhys ❤ e já que você pediu [SPOILER SPOILER SPOILER] ela fica com o Rhys mesmo, mas é bem bacana acompanhar o desenrolar da relação deles.
ExcluirMas e o Tamlin? Como ele fica?
ExcluirEu li o primeiro livro e já parti imediatamente para o segundo(( qual estou agora)) e eu sempre achei que o relacionamento dos dois era tóxico apesar de gostar mtt deles juntos no inicio, e resolvi pesquisar para ver se não era eu que estava louca ksks. O jeito como ele usava o ''amor'' dalapra manipula-la... sempre achei estranho
ResponderExcluirConfesso que eu só percebi o relacionamento abusivo no segundo livro, onde já existe aquelas fases alarmantes sobre o ciúme obsessivo, a forma como ele define o que ela devia VESTIR, o que deveria fazer e a mais triste de todas as cenas, o cárcere de privado, quando Tamlin a prende dentro da mansão.
ResponderExcluirEu já sabia que Feyre ficava com o Rhys no final, e na realidade foi exatamente isso que impulsionou a minha leitura, já que eu li as três sinopses antes de decidir que eu me interessei pela série. E enquanto no primeiro livro é apresentado uma paixão avassaladora por Tamlin, GRÃO-SENHOR DA CORTE PRIMAVERIL, no terceiro Feyre é apresentada como GRÃ-SENHORA DA CORTE NOTURNA, em uma missão na CORTE PRIMAVERIL.
Assim como Feyre, acredito que muitos dos leitores também não perceberam esses comportamentos e ações sutis que sugeriam o relacionamento abusivo até o segundo livro, que é geralmente os mais noticiados pela mídia.
Imagino que a Sarah tenha escolhido o narrador personagem nesses três primeiros livros justamente por isso. Para mostrar como, nem mesmo a vítima percebe o que está acontecendo sem as pessoas certas para que ela compreenda.
Eu adorei a sua postagem ela abriu meus olhos (ainda bem) para muitos outros livros e fanfics e histórias originais que se utilizam desse tipo de elemento, mas é apresentado como natural, como se tudo fosse muito lindo, certo e amável.
E acho que agora entendo totalmente a frase - eu a encontrei em inglês - "Procurando pelo meu Rhysand em um mundo cheio de Tamlins"
A verdade é que nenhum de nós precisa de alguém que nos proteja - Tamlin de certa forma protegia Feyre, do jeito torto e doentio dele - não, nós precisamos de alguém que nos ajude a nos tornarmos na nossa melhor versão e nos valorize por isso.
É ISSO que todos nós verdadeiramente buscamos e almejamos.
É ISSO que todos nós MERECEMOS.