Escritoras brasileiras incríveis (e empoderadas).

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Olá galera, tudo bem? Estava eu lendo A Mulher Desiludida de Simone de Beauvoir (que eu recomendo), quando comecei a pensar sobre as escritoras brasileiras e no quanto os suas obras ajudaram a desenvolver nossa literatura e inspiraram inúmeras mulheres com seus textos onde a verdade se mostra uma linha tênue com a ficção. Abaixo, listei algumas autoras que sou completamente apaixonada e três obras (de cada uma) que mostram seus respectivos grandes trabalhos. Espero que gostem. 

Clarisse Lispector 

Clarice Lispector, (1920-1977) foi uma escritora e jornalista brasileira, de origem judia, foi reconhecida como uma das mais importantes escritoras do século XX. "A Hora da Estrela" foi seu último romance, publicado em vida. Clarice Lispector (1920-1977) nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Filha de família de origem judaica, seu pai Pinkouss e sua mãe Mania Lispector emigraram para o Brasil em março de 1922, para a cidade de Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Nascida Haia Pinkhasovna Lispector, por iniciativa do seu pai todos mudam de nome e Haia passa a se chamar Clarice. Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977. Seu corpo foi sepultado no cemitério Israelita do Caju.

Lydia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles (1923) é uma escritora brasileira. Romancista e contista, é a grande representante do movimento pós-modernismo. É membro da Academia Paulista de Letras, da Academia Brasileira de Letras e da Academia de Ciências de Lisboa. O estilo de Lygia Fagundes Telles é caracterizado por representar o universo urbano e por explorar de forma intimista a psicologia feminina. Lygia Fagundes Telles (1923) nasceu em São Paulo, no dia 19 de abril de 1923. Filha de Durval de Azevedo Fagundes, advogado, passou sua infância em várias cidades do interior, onde seu pai era promotor. Sua mãe, Maria do Rosário Silva Jardim de Moura era pianista. Seu interesse por literatura começou na adolescência. Com 15 anos publicou seu primeiro livro, "Porão e Sobrado". Formou-se em Direito e Educação Física, na Universidade de São Paulo, porém seu interesse maior era mesmo a literatura. Em 2016 e aos 92 anos de idade, Lygia Fagundes Telles tornou-se a primeira mulher brasileira a ser indicada ao prêmio Nobel de Literatura.


Rachel de Queiroz


Rachel de Queiroz (1910-2003) foi uma escritora brasileira. A primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, eleita para a cadeira nº 5, em 1977. Foi também jornalista, romancista, cronista, tradutora e teatróloga. Integrou o quadro de Sócios Efetivos da Academia Cearense de Letras. Seu primeiro romance "O Quinze", ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha. O "Memorial de Maria Moura" foi transformado em minissérie para televisão e apresentado em vários países. 
Rachel de Queiroz (1910-2003) nasceu, em Fortaleza, capital do Ceará, em 17 de novembro de 1910. Filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de Queiroz, descendente pelo lado materno da família de José de Alencar. Em 1917, foi para o Rio de Janeiro, junto com a família, que procurava fugir da seca que desde 1915 atingia a região. Mais tarde a romancista iria aproveitar o tema para escrever seu primeiro livro "O Quinze". Pouco tempo depois, seguiram para Belém do Pará, onde passaram dois anos. Colaborou semanalmente no jornal O Povo, de Fortaleza e desde 1988, iniciou colaboração semanal no jornal O Estado de São Paulo e no Diário de Pernambuco. Rachel faleceu em sua casa no Rio de Janeiro, de um ataque cardíaco, no dia 4 de novembro de 2003.


Cecilia Meireles 

Cecília Meireles (1901-1964) foi poetisa, professora, jornalista e pintora brasileira. Foi a primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Com 18 anos estreia na literatura com o livro "Espectros". Participou do grupo literário da Revista Festa, grupo católico, conservador e anti-modernista. Dessa vinculação herdou a tendência espiritualista que percorre seus trabalhos com frequência. A maioria de suas obras expressa estados de ânimo, predominando os sentimentos de perda amorosa e solidão. Uma das marcas do lirismo de Cecília Meireles é a musicalidade de seus versos. Alguns poemas como "Canteiros" e "Motivo" foram musicados pelo cantor Fagner. Em 1939 publicou "Viagem" livro que lhe deu o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras. Estreia na Literatura com o livro "Espectros" em 1919, com 17 sonetos de temas históricos. Cecília Benevides de Carvalho Meireles faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964. Seu corpo foi velado no Ministério da Educação e Cultura. Foi homenageada pelo Banco Central, em 1989, com sua efígie na cédula de cem cruzados novos.


Cora Coralina 

Cora Coralina (1889-1985) foi uma poetisa e contista brasileira, responsável por belos poemas. Foi elogiada por Carlos Drummond de Andrade. Cora Coralina (1889-1985) nasceu na cidade de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889. Seu nome de batismo era Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Tornou-se doceira, ofício que exerceu até os últimos dias de sua vida. Famosos eram os seus doces de abóbora e figo. Cora já escrevia poemas em 1903 e chegou a publicá-los no jornal de poemas femininos "A Rosa", em 1908. Em 1910, foi publicado o seu conto "Tragédia na Roça" no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", usando o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911, Fugiu com o advogado divorciado Cantídio Tolentino Bretas, com quem teve seis filhos. Foi convidada a participar da Semana de Arte Moderna, mas é impedida pelo seu marido. Em 1976, é lançado o livro "Meu Livro de Cordel" pela editora Goiana. Mas o interesse do grande público é despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1980. Cora Coralina recebeu o título de Doutor Honoris Causa da UFG e foi eleita com o "Prêmio Juca Pato" da União Brasileira dos Escritores, como intelectual do ano de 1983. Cora Coralina faleceu em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985.


Adélia Prado

Adélia Prado (1935) é uma escritora e poetisa brasileira. Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Jabuti de Literatura, com o livro "Coração Disparado", escrito em 1978. Mineira de Divinópolis, sua obra recria numa linguagem despojada e direta, a vida e as preocupações dos personagens do interior mineiro. Adélia Prado (1935) nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935. Filha de João do Prado Filho, ferroviário, e de Ana Clotilde Correa. Estudou no Grupo Escolar Padre Matias Lobato. Aos 14 anos, já escrevia seus primeiros versos. Ingressou na Escola Normal Mário Casassanta, e em 1953 formou-se professora. Em 1955 começou a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Melo Viana Sobrinho. Sua estreia individual só veio em 1975, quando remete para Carlos Drummond de Andrade os originais de seus novos poemas. Impressionado com suas poesias, envia os poemas para a Editora Imago. Publicado com o nome "Bagagem", o livro de poemas chama atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo. Em 1976 o livro é lançado no Rio de Janeiro, com a presença de importantes personalidades como Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant'Anna, Clarice Lispector, entre outros. Entre outras obras, publica "Quero Minha Mãe", (2005), "A Duração do Dia", (2010) e "Carmela Vai à Escola" (2011).


Ana Cristina Cesar 

A poeta Ana Cristina César nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 2 de junho de 1952, no seio de uma família típica da classe média carioca, protestante e ilustrada. Filha de Waldo Aranha Lenz Cesar e Maria Luiza Cesar, cresceu entre os bairros de Niterói e Copacabana. Ela se transformou em um dos expoentes da literatura conhecida como marginal ou ‘udigrudi’, nos anos 70. No ano de 1969 ela passou pela Inglaterra, graças a um intercâmbio, conhecendo Londres nesta ocasião. É aí que ela entra em contato com o melhor da literatura inglesa, trazendo em sua bagagem Emily Dickinson e Sylvia Plath, poetas norte-americanas, e a neo-zelandesa Katherine Mansfield. No dia 29 de outubro de 1983 sua precoce carreira termina tragicamente, com um ato suicida, quando a poeta se lança do apartamento de seus pais. A obra Inéditos e Dispersos, uma coletânea de suas publicações, é lançada postumamente, em 1985, bem como Novas Seletas, organizado por Armando Freitas Filho, Escritos no Rio e Escritos em Londres, seleções realizadas pelo mesmo autor, poeta brasileiro responsável pela organização das publicações de Ana Cristina.


Carolina de Jesus

Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi um a escritora brasileira, considerada uma das primeiras e mais destacadas escritoras negras do País. Autora do livro autobiográfico “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”. Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, no interior de Minas Gerais, no dia 14 de março de 1914. Neta de escravos e filha de uma lavadeira analfabeta cresceu em uma família com mais sete irmãos. Recebeu o incentivo e a ajuda de Maria Leite Monteiro de Barros – uma das freguesas de sua mãe, para frequentar a escola. Com sete anos, ingressou no colégio Alan Kardec, onde cursou a primeira e a segunda série do ensino fundamental. Apesar de pouco tempo na escola, Carolina logo desenvolveu o gosto pela leitura e escrita. Com 23 anos, perde sua mãe e vai para a capital onde emprega-se como faxineira na Santa casa de Franca e em seguida como empregada doméstica. Morando em uma favela, durante a noite trabalha como catadora de papel. No dia 24 de fevereiro, seu poema e sua foto são publicados no jornal. Continuou levando regularmente seus poemas para a redação do jornal. Foi apelidada de “A Poetisa Negra” e cada vez mais admirada pelos leitores. Carolina Maria de Jesus faleceu em São Paulo, no dia 13 de fevereiro de 1977.


Todas estas mulheres enfrentaram problemas e situações horríveis, cada qual com sua trajetória, mas nunca se esqueceram de um detalhe que as une: o poder com as palavras. Felizmente, suas obras continuam conosco, e cada vez mais sinto-me privilegiada por conseguir ler seus pensamentos, angustias e opiniões e me deparar com um clube exclusivo de mulheres que só queriam viver de "papel, caneta e sonhos". 

Fonte das biografias citadas: site ebiografias

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