Olá galera, tudo bem? Hoje trago para vocês uma resenha que acabou de sair de forno. Este livro me surpreendeu muito, já que estou no meio de uma ressaca literária. Os Dois Mundo de Astrid Jones é um livro encantador do inicio ao fim e a personagem principal é um doce de menina, fazendo com que nos apaixonemos por ela em um piscar de olhos.

SINOPSE DO LIVRO: “O movimento é impossível.” É o que Astrid Jones, 17 anos, aprendeu na sua aula de filosofia. E, vivendo na pequena cidade em que mora, ela começa a acreditar que isso é mesmo verdade. São sempre as mesmas pessoas, as mesmas fofocas, a mesma visão de mundo limitada, como se estivessem todos presos em uma caverna, nunca enxergando nada além. Nesse ambiente, ela não tem com quem desabafar suas angústias, e por isso deita-se em seu jardim, olha os aviões no céu, e expõe suas dúvidas mais secretas aos passageiros, já que eles nunca irão julgá-la. Em seu conflito solitário, ela se vê dividida entre dois mundos: um em que é livre para ser quem é de verdade e dar vazão ao que vai em seu íntimo, e outro em que precisa se enquadrar desconfortavelmente em convenções sociais. Em um retrato original de uma garota que luta para se libertar de definições ultrapassadas, este livro leva os leitores a questionarem tudo e oferece esperança para aqueles que nunca deixarão de buscar o significado do amor verdadeiro.

Este é um dos primeiros livros que me fizeram pensar nas aulas de filosofia que tive durante meu ensino médio para refletir sobre o que acontece com as pessoas. Astrid vive em uma pequena cidade, onde a aparência é tão importante quanto o seu caráter, o que faz com que a jovem esteja dividida entre se rotular ou ser quem realmente gosta de ser. Neste dilema, somos enviados aos seus dois mundo: no primeiro, podemos acompanhar sua vida escolar com personagens tipicamente estereotipados, sua vida familiar com uma irmã que tenta encontrar seu próprio caminho, uma mãe totalmente workaholic que claramente deixou sua família em segundo plano de sua vida e um pai que para suprir suas angústias acaba se envolvendo com drogas e sua vida pessoal onde vive um relacionamento escondido e ao mesmo tempo confuso com Dee, uma amiga e colega de trabalho. 

Já o segundo é o mais encantador e sinceramente um das melhores coisas deste livro, já que nele ela é quem quer ser e onde podemos conhecer a verdadeira Astrid, uma menina doce, romântica e que deseja todo o seu amor a pessoas que nem ao menos conhece. A maneira como a autora nos faz entrar na historia é algo mágico que merece todos os créditos. É impossível não se deixar envolver pela história, mesmo que em alguns momentos ela possa ser contraditória e muito extensa.

Mas, o ponto em que a história acerta e o que faz o livro ser tão especial é na escolha por retratar de forma aberta e realista a descoberta da sexualidade. É interessante perceber como Astrid começa a perceber e se descobrir onde começa a sua luta pelo preconceito e por uma guerra consigo mesma, enquanto a personagem de Dee ganha mais destaque na trama, sendo essencial em muitos momentos. As páginas finais são incrivelmente bem trabalhadas pela autora e terminamos o livro com uma perspectiva diferente sobre o amor e suas diferentes formas.

SOBRE A AUTORA: A.S. King é a autora de The Dust of 100 Dogs, Everybody Sees the Ants, Please Ignore Vera Dietz, Ask the Passengers, Reality Boy , Glory O'Brien's History of the Future e I Crawl Through It. (Por enquanto!)

"Olho para a jaula ao redor da luz, sei que está presa para proteger, para que nenhum entregador de caminhão jogue uma caixa num canto e despedaça a lâmpada. Mas não posso evitar de ver a grade pelo que é. Claro que protege a lâmpada, mas, também, se as pessoas não fossem tão descuidadas, nada teria de ser enjaulado."