Olá galera, tudo bem? Depois do nosso especial desta semana, voltei com as nossas resenhas. E conforme dito passei algum tempo me dedicando a leitura de romances de época e históricos, acabei ficando criteriosa com mais próximas leituras. Entretanto, quando li a sinopse do livro que irei resenhar para vocês, me senti atraída de uma maneira inexplicável. Preciso dizer que não me arrependi pela escolha.

SINOPSE DO LIVRO: O livro mais intrigante que você pode achar sobre o ciclo da vida. Certas histórias não podem ser contadas em uma única vida. Harry está no leito de morte. Outra vez. Não importa o que faça ou que decisões tome: toda vez que ele morre, volta para onde começou; uma criança com a memória de todo o conhecimento de uma vida vivida diversas vezes. Nada nunca muda... até agora. Ele está perto da décima primeira morte quando uma garotinha de 7 anos se aproxima da cama: “Quase perdi você, doutor August. Eu preciso enviar uma mensagem de volta no tempo. O mundo está acabando, como sempre. Mas o fim está chegando cada vez mais rápido. Então, agora é com você.” Este livro conta a história do que Harry faz em seguida, do que fez antes, e do que faz para tentar salvar um passado inalterável e mudar um futuro inaceitável.

Preciso dizer que não foi tão simples escrever esta resenha e que desde a minha leitura de Caixa dos Pássaros, nunca me senti tão coagida e perdida após uma leitura. É um livro que nos faz pensar e refletir sobre a morte. Não é algo louco, fiquem tranquilos. Eu tenho comigo que a morte é a única certeza que temos nesta vida. Ela esta sujeita a acontecer a qualquer momento, portanto o que realmente vale para nós é o presente.

O livro começa com Harry está no leito de morte. Outra vez. Não importa o que faça ou que decisões tome: toda vez que ele morre, volta para onde começou, sendo uma criança com a memória de todo o conhecimento de uma vida vivida diversas vezes. Com este começo, fica claro que o principal tema será a reencarnação. Entretanto, a autora consegue fazer um feito inédito: utilizar ficção cientifica de uma maneira espetacular ao invés de subjugar seus leitores com crenças e pesares que muitas vezes identifiquem um posicionamento do autor. Realmente senti Harry nas páginas que estava lendo, o que fez a minha empatia se multiplicar a tal nível que ele passou a fazer parte de minha vida.

O nosso protagonista - como o próprio título sugere – vive 15 vidas (ele nasce sempre em Londres em 1919 e vive até os anos 2000). Todas estas 15 vidas são muito bem narradas, fazendo com que a cada novo capítulo sintamos toda a situação enfrentada por Harry, já que ficamos tão frustrados quanto ele ao se deparar com seu trágico destino. Deve ser terrível saber o que irá acontecer a cada novo dia, além de acompanhar trágicas historias sem poder mudar seu destino... Até a sua décima primeira vida. Sim, uma chance de poder mudar seu destino e conseguir ter em mãos o rumo de sua própria trilha.

Os personagens são cativantes embora com inúmeros momentos cheios de clichês e previsões antecedidas. Aqui, o bom humor é um dos seus pontos positivos, além de diálogos inteligentes. Todos fazem total diferença para o seguimento da trama, que a fazem se tornar uma das melhores leituras de 2017. Conhecemos o Harry com um passado a ser pensado, um presente a ser vivido e um futuro a ser conquistado. Um livro de ficção cientifica que por muitas vezes me lembram da atmosfera maravilhosa série Doctor Who, mas um aprendizado sobre a vida como um todo. Inclusive, indico se aventurarem a futuras pesquisas sobre alguns temas que irão aparecer no decorrer de sua leitura.

Caso você goste da leitura de “As primeiras quinze vidas de Harry Auguts” então indico estes quatro livros abaixo. Com certeza, você irá se apaixonar por eles tanto quanto eu: 

1- Manipuladores de Tempo, Julio Nascimento.

2- Neuromancer, William Gibson.

3- O guia do mochileiro das galáxias, Douglas Adams.

4- Fuga para parte alguma, Jerônymo Monteiro.

Sobre a autora: Claire North é pseudônimo de Catherine Webb, autora finalista da Carnegie Medal. As primeiras quinze vidas de Harry August foi finalista do Prêmio Arthur C. Clarke em 2015 e vencedor do John W. Campbell Memorial Award de Melhor Romance de Ficção Científica no mesmo ano. Vive em Londres.

Uma ótima leitura!