[RESENHA] BOY ERASED, GARRARD CONLEY.

janeiro 29, 2019


Olá queridos, tudo bem? Espero que sim. Trago a resenha deste livro que li por meio de uma indicação do autor Vitor Martins, no passado passado. Qual não foi minha surpresa ao ver que seria adaptado ao cinema e que a Intrínseca o lançaria neste ano. Fiquei muito feliz. É um dos meus livros favoritos da vida e que me deixou muito angustiada mas, ao mesmo tempo, feliz por tê-lo conhecido e lido. Por isso, sempre recomendo que o leia com a mente e coração leves. A sua intensidade e os causos contados nele podem conter gatilhos. 

SINOPSE: Em seu elogiado livro de estreia, Garrard Conley revisita as memórias do doloroso período em que participou de um programa de terapia baseado no estudo da Bíblia que prometia “curá-lo” de sua homossexualidade. Filho de um pastor da Igreja Batista e criado em uma cidadezinha conservadora no sul dos Estados Unidos, aos 19 anos Garrard foi convencido pelos próprios pais a apagar uma parte de si. Em uma tentativa desesperada de agradá-los e de não ser expulso do convívio da família, ele quase se destruiu por completo, mas encontrou forças para buscar sua identidade e hoje é ativista contra as terapias de conversão. Tocante e inspiradora, a história do autor é um acerto de contas com o passado, um panorama complexo das relações dele com a família, com a fé e com a comunidade. O livro é o testemunho dos traumas e consequências de se tentar aniquilar parte essencial de um ser humano.

Boy Erased é um livro memórias do ativista norte-americano Garrard Conley, onde ele conta sua experiência traumatizante ao participar de um programa de conversão (Love In Action), que prometia curá-lo de sua homossexualidade. A coragem de Conley em revisitar estas lembranças e compartilhar os detalhes que chegam a ser tenebrosos é algo que me emocionou em um nível difícil de expressar em palavras. 

"Masculino significava forte. Masculino significava hetero. Se pudéssemos aprender a essência do que significava ser masculino, poderíamos aprender o resto."

O livro tem alguns momentos confusos, já que o autor está contando suas vivências para nós. Porém, em nada tira a importância e a angustia que sentimos ao se deparar com o quanto os seres humanos conseguem ser brutais quando cegados por sua obsessão religiosa e ideológica. O preconceito fundido a suas ideias de certo e errado fizeram com que vários garotos se suicidassem acreditando que por amarem homens, sofriam de uma grave doença. As "sessões de terapia" para mim, foram as piores partes. O abuso mental que Garrad assistiu é aterrorizante e extremamente desumano. 

Outro grande ponto da obra é a forma como o autor, ao longo da narrativa, constrói a nossa visão de seus pais. São personagens que ganham vida própria bem em nossa frente e nos apresentam contraditórios sentimentos que nos arrastam a reflexões. Em especial seu pai. Não deixem de ler o epílogo, uma das melhores coisas do livro todo. É um livro que abre ainda mais o espaço para discussões como a famigerada cura gay, que em pleno século XXI, ainda é aceita e imposta como uma alternativa a sua orientação sexual que foge da heterossexualidade. É uma leitura forte, necessária e inesquecível. Recomendo que a faça com a mente e coração leves.

"Cortar minhas raízes e as pessoas que eu amava me transformariam em uma concha da pessoa que eu fui uma vez, um autômato despojado de todas as suas engrenagens."

SOBRE A ADAPTAÇÃO 

Estreou aqui no Brasil no dia 24 de janeiro. O jovem Garrard (Lucas Hedges) de apenas 19 anos mora numa pequena cidade conservadora do Arkansas. Ele é gay e filho de um pastor da igreja batista. Chega um momento em que ele é confrontado pela família, ou arrisca perder sua família e amigos ou entra num programa de terapia que busca a "cura" da homossexualidade. No elenco estão outros nomes de peso como Nicole Kidman e Russell Crowe como os pais de Garrard. Um filme que promete ser uma excelente adaptação e ao mesmo tempo uma inesquecível experiência em nossas vidas. Assim como o livro! 


“Como é não ter que pensar em todos os seus movimentos, não ser examinado por tudo o que você fez, não ter que mentir todos os dias?” 

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