[LITERATURA LATINO-AMERICANA] 10 LIVROS PARA SE AVENTURAR.

outubro 19, 2019


Olá queridos, tudo bem? Hoje daremos abertura as postagens sobre a literatura latino-americana, que vim a conhecer mais nestes últimos dois anos. O primeiro livro que li e me fez querer saber mais foi Cem Anos de Solidão do Gabriel García Márquez, que ganhou o Prêmio Nobel da Literatura em 1982 e atualmente é considerada uma das obras mais importantes do mundo. Já vendeu cerca de 50 milhões de exemplares ao longo dos 35 idiomas em que foi traduzido.

Sobre a literatura latino-americana

A literatura da América Latina é toda literatura escrita pela comunidade latino-americana, isto é, pelos falantes nativos de espanhol e português dos países da América. Ela começou a se propagar a partir do século XIX, tendo como estopim o seu passado colonial. De tal maneira, a produção literária colonial é considerada fundadora nas suas relações entre diferentes matrizes culturais (indígena, africana e europeia). Abaixo lhes apresento alguns livros que separei para te ajudar a mergulhar por este universo fantástico que te cativará: 

Resultado de imagem para O jogo da amarelinhaO Jogo de Amarelinha, Julio Cortázar: “A verdade, a triste ou bela verdade, é que cada vez gosto menos de romances, da arte romanesca tal como é praticada nestes tempos. O que estou escrevendo agora será (se algum dia eu terminar) algo assim como um antirromance, uma tentativa de romper os moldes em que esse gênero está petrificado”, escreveu Julio Cortázar numa carta de 1959, quando iniciava a escrita do que viria a ser O jogo da amarelinha. Publicado em 1963, o relato de amor entre um intelectual argentino no exílio, Horacio Oliveira, e uma misteriosa uruguaia, a Maga, ao acaso das ruas e das pontes de Paris, é um marco da literatura do século vinte. A nova edição brasileira, lançada pela Companhia das Letras, traz uma seleção de cartas do autor sobre a escrita e a recepção de O jogo da amarelinha, tradução de Eric Nepomuceno, projeto gráfico de Richard McGuire e textos de Haroldo de Campos, Mario Vargas Llosa, Julio Ortega e Davi Arrigucci Jr.

Os detetives selvagens, Roberto Bolaño: Os protagonistas do livro são Arturo Belano e Ulises Lima, dois poetas "marginais", mas em poucos trechos do livro são eles que conduzem a ação. O leitor sabe deles quase sempre através do olhar de outros personagens, numa investigação típica de romance policial. Por sua vez, Belano e Lima também estão numa busca detetivesca, atrás dos rastros de uma misteriosa poeta vanguardista que desapareceu no deserto de Sonora, no norte do México. Na primeira parte, escrita em forma de diário, acompanhamos as andanças dos dois e seu grupo de poetas adeptos do "realismo visceral" em muitas conversas de bar, discussões intelectuais, encontros e desencontros sexuais, puxadas de fumo, num clima típico dos jovens daquela década. A segunda parte é composta por dezenas de "depoimentos" que reconstituem a trajetória de Arturo Belano e Ulises Lima durante os vinte anos que sucedem o diário. Cabe ao leitor-detetive fazer esta reconstituição, a partir dos fiapos que vai colhendo dos "depoentes", alguns dos quais contam longas histórias (sempre muito interessantes) que pouco ou nada têm a ver diretamente com os dois enigmáticos protagonistas. Bolaño exercita aqui sua capacidade de dar a palavra a múltiplas e diferentes vozes e de fazer paródias hilariantes. A terceira parte retoma o diário, relata a busca pela poeta Cesárea Tinajero e explica, de certa forma, as duas décadas de errância dos protagonistas.

Sobre heróis e tumbas, Ernesto Sabato: Lançado em 1961 e traduzido em vinte idiomas, Sobre heróis e tumbas é um romance magistral em que se cruzam três fios narrativos: a paixão devastadora de Martín por Alejandra, o nascimento traumático de uma nação e a história da Seita Sagrada dos Cegos, casta maléfica de poderes esotéricos e milhões de súditos no mundo todo. MArtín tem dezessete anos e pavor das mulheres, até o dia em que conhece Alejandra. ELa é apenas um ano mais velha, porém já nasceu madura, caótica, torturada e tortuosa, louca talvez - como Fernando, que persegue furiosamente a Seita dos Cegos. UM século antes, o general Juan Lavalle, herói da independência argentina, caçou com a mesma fúria o tirano Juan Manuel de Rosas e teve de bater em retirada rumo à Bolívia, para salvar a própria cabeça e os sobreviventes maltrapilhos de sua famosa Legião.SAbato decompõe o ciúme corrosivo de Martín e as pulsões incestuosas de Fernando, radiografa a demência da ilustre família Olmos e o ódio fratricida dos caudilhos na luta pela emancipação da pátria, interroga as mensagens mais obscuras do inconsciente, os sonhos e pesadelos, os mitos. O Cenário é Buenos Aires, metrópole dos cafés literários e dos cortiços de imigrantes, dos bares de La Boca e dos torcedores do Boca, do peronismo ainda triunfante nos anos 50. DEssa viagem, o leitor não volta ileso. MAs terá descoberto que Ernesto Sabato é um escritor apaixonadamente humano e que o reverso de sua visão trágica do mundo é a metafísica da esperança.NAscido em 1911, Sabato doutorou-se em física e, no final da década de 40, quando se obteve a fissão do átomo de urânio, tornou-se pesquisador do Laboratório Curie, em Paris. UMa visão premonitória e apocalíptica da bomba atômica o fez abandonar a ciência e dedicar-se à literatura.

O livro dos abraços, Eduardo Galeano: Os grandes escritores caminham na corda bamba e arriscam o pescoço em cada palavra. Em Memória do fogo, Galeano foi um acrobata vitorioso. Em O livro dos abraços, se desprende da corda e levita.”  - Alan Ryan, The Washington Post. Tratar a memória como coisa viva, bicho inquieto: assim faz Eduardo Galeano quando escreve. Sua memória pessoal e a nossa memória coletiva, da América. Quando escreve, ele mostra que a história pode – e deve – ser contada a partir de pequenos momentos, aqueles que sacodem a alma da gente sem a grandiloquência dos heroísmos de gelo, mas com a grandeza da vida. Assim é este O livro dos abraços. Em suas andanças incessantes de caçador de histórias, Galeano vai ouvindo tudo. O que de melhor ouviu ele transforma em livros como este, onde lembra como são grandes os pequenos momentos e como eles vão se abraçando, traçando a vida. Abra este livro com cuidado: ele é delicado e afiado como a própria vida. Pode afagar, pode cortar. Mas seja como for, como a própria vida, vale a pena.

Pássaros na Boca, Samanta Schweblin: Primeiro livro de Samanta Schweblin publicado no Brasil, "Pássaros na boca" é uma antologia de contos que demonstra por que a escritora argentina é considerada a herdeira literária de mestres do realismo fantástico como Bioy Casares e Julio Cortázar. As dezoito histórias aqui reunidas começam com situações cotidianas que vão, pouco a pouco, assumindo contornos perturbadoramente insólitos, por vezes aterrorizantes. São homens e mulheres, jovens e crianças diante de um mundo hostil em que, de um instante para outro, sem qualquer ruptura ou explicação, o que parecia normal deixa de ser, e de maneira irreversível.

O Meu País Inventado, Isabel Allende: O livro nos conta a história de sua vida e a do Chile - uma intrinsecamente ligada à outra, atadas pelas suas lembranças. A presença contínua do passado, a melancolia resultante dessa presença e do afastamento da pátria, a consciência de ter sido peregrina e forasteira: sobre tudo isso fala a escritora, com a emoção naturalmente despertada pelos fatos trazidos à tona, mas também com a inteligência e o humor que sempre foram marcas de sua literatura. A AUTORA Isabel Allende, de nacionalidade chilena, nasceu em Lima, no ano de 1942. A partir dos 17 anos passou a trabalhar como jornalista e escritora. A Casa dos Espíritos (1982) levou-a para a primeira linha dos narradores latino-americanos e inaugurou uma brilhante carreira literária, que, com os anos, não cessou de trazer-lhe sucesso e prestígio. Entre suas obras destacam-se Eva Luna, Contos de Eva Luna, O Plano Infinito, Paula, Afrodite, Filha da Fortuna, Retrato em Sépia e A Cidade das Feras.

Ficções, Jorge Luis Borges: Ficções reúne os contos publicados por Borges em 1941 sob o título de O jardim de veredas que se bifurcam (com exceção de "A aproximação a Almotásim", incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de Artifícios. Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que expõe, com elegância e economia de meios, de forma paradoxal e lapidar, suas conjecturas e perplexidades sobre o universo, retomando motivos recorrentes em seus poemas e ensaios desde o início de sua carreira: o tempo, a eternidade, o infinito. Os enredos são como múltiplos labirintos e se desdobram num jogo infindável de espelhos, especulações e hipóteses, às vezes com a perícia de intrigas policiais e o gosto da aventura, para quase sempre desembocar na perplexidade metafísica. Chamam a atenção a frase enxuta, o poder de síntese e o rigor da construção, que tem algo da poesia e outro tanto da prosa filosófica, sem nunca perder o humor desconcertante. 

Garotas mortas, Selva Almada: Três assassinatos entre centenas que não são suficientes para estampar as manchetes dos jornais ou mobilizar a cobertura dos canais de TV. Três casos cujas notícias chegam desordenadas por uma rádio, um pequeno jornal, alguém que se lembra dos ocorridos em uma conversa… Três crimes “menores” enquanto a Argentina celebrava o retorno da democracia. Três mortes sem culpado. Com o tempo, essas histórias se convertem em uma obsessão particular da autora, o que a leva a uma investigação bastante atípica. A prosa cristalina de Selva Almada mostra como as violências diárias contra meninas e mulheres acabam fazendo parte de algo considerado “normal”. Com este livro, a autora desbrava novos caminhos para a não ficção latino-americana.

A uruguaia, Pedro Mairal: A uruguaia apresenta o argentino Pedro Mairal, um dos narradores mais destacados da nova literatura latino-americana. Este romance divertido e apaixonante sobre afetos, crise conjugal, autoengano e busca pela felicidade mostra, através das peripécias sentimentais de um escritor recém-chegado aos quarenta anos, como devemos enfrentar as promessas que fazemos e não cumprimos e as diferenças entre aquilo que somos e o que realmente gostaríamos de ser. Narrado com leveza e brilhantismo trata de temas como amor e culpa, responsabilidade e libertação pessoal, estabelece de uma vez por todas o talento de Pedro Mairal como um dos nomes de destaque de um novo “boom” da literatura latino-americana. Sucesso de crítica e best-seller em todo o universo de língua espanhola. 

Resultado de imagem para Um, Dois e JáUm, Dois e Já, Ines Bortagaray: Primeiro livro da uruguaia Inés Bortagaray no Brasil, Um, dois e já é uma delicada ode às memórias afetivas. Na novela, a história é narrada em primeira pessoa por uma menina que conta a viagem de verão da família até um balneário uruguaio, dentro de um carro apertado, no início dos anos 80. A voz da narradora, ora lírica, ora jovial, mas nunca infantilizada, descortina a paisagem plana e melancólica do Uruguai, e revela a dinâmica familiar, na qual ela ocupa a peculiar e determinante posição de irmã do meio. Num relato repleto de humor e ironia, aparecem as disputas, as estratégias, alianças e brigas pelo lugar na janela e pela atenção paterna. Nos momentos de silêncio, ela cria histórias mentais, faz digressões, analisa os gestos do pai e da mãe, e pensa nas pequenas perdas da vida. 

ADENDO ESPECIAL : GABRIEL GARCIA MARQUEZ 

Não poderia deixar de citar um dos meus autores favoritos de todos os tempos: Gabriel Garcia Marquez. Este escritor de contos, novelista, jornalista e ativista político colombiano, marcou o universo literário com seus livros incríveis que ainda hoje, seguem em listas de mais vendidos e são discutidos mundialmente por sua importante pela representatividade latina e por suas histórias e personagens fortes e marcantes. Segue três dicas de seus livros: 

O amor nos tempos do cólera: Ainda muito jovem, o telegrafista, violinista e poeta Gabriel Elígio Garciá se apaixonou por Luiza Márquez, mas o romance enfrentou a oposição do pai da moça, coronel Nicolas, que tentou impedir o casamento enviando a filha ao interior numa viagem de um ano. Para manter seu amor, Gabriel montou, com a ajuda de amigos telegrafistas, uma rede de comunicação que alcançava Luiza onde ela estivesse. Essa é a história real dos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida de O amor nos tempos do cólera, que acompanha a paixão do telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza por Fermina Daza.


Crônica de uma morte anunciada: A morte de Santiago Nasar está anunciada desde a primeira linha da história. Toda a comunidade sabe do iminente assassinato movido por vingança, mas nada nem ninguém o salva de seu trágico fim. Com brilhantismo, Gabriel García Márquez monta um quebra-cabeça com a superposição de versões do último dia do jovem do ponto de vista de diversas testemunhas, utilizando o rigor jornalístico nesta construção, que lhe era tão caro.




Doze contos peregrinos: São histórias de latino-americanos na Europa, peregrinos que não deixam de sonhar com a terra natal. O mestre do realismo fantástico Gabriel García Marquez usa como pano de fundo Barcelona, Genebra, Roma e Paris para retratar a solidão através de histórias brilhantes de amor, poder e morte. Do homem que luta pela canonização de sua filha durante cinco papados à prostituta que decide acertar todos os detalhes de seu funeral, todos os contos são dotados da sensibilidade e do humor que são as marcas do grande mestre.




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