[RESENHA] CHORAR DE ALEGRIA, VÁRIAS AUTORAS.

agosto 25, 2020

“Nós somos uma multidão que se fortalece. e, um dia, ainda vamos rir de tristeza e chorar de alegria.”

Existem livros que nos emocionam de tal forma que se transformam em tatuagens marcadas no nosso cérebro e coração. Ao ganhar este livro no meu aniversário, não sabia a grata surpresa que seria sua leitura. A cada texto poético lido, sentia como se uma parte de mim estivesse sendo trazida para suas 303 páginas de forma íntima e aguçada. Como diz na sinopse abaixo, este livro vai mexer com seus sentidos, deixando-os sensíveis e expostos. 

SINOPSE: Este livro é pra quem é à flor da pele. É pra quem sente demais e, por isso mesmo, sabe que a vida nem sempre é justa com quem leva o coração no bolso. Em uma coletânea de textos poéticos, as autoras Lorena Pimenta, Carol Stuart, Fernanda Gayo, Jéssica Barros e Maysa Muniz abusam do poder incomparável das palavras, ora ferindo, ora curando os leitores com narrativas pessoais que abrem a porta para reflexões universais. Mais que isso, Chorar de alegria explora as muitas nuances dos complexos relacionamentos humanos e do que significa ser mulher no cenário atual. Com as poéticas ilustrações de Brunna Mancuso, este livro é uma mensagem de esperança – a esperança de que, se a vida nos der motivos pra chorar, que seja de alegria.

Lançado no ano passado pela editora Globo Alt, Chorar de Alegria é uma coletânea surpreendente e especial com textos poéticos escritos pelas autoras Lorena Pimenta, Carol Stuart, Fernanda Gayo, Jéssica Barros e Maysa Muniz. Com uma abertura linda e cativante de Giovana Cordeiro, única assinatura presente no livro, os textos seguem uma narrativa que nos faz refletir sobre nossos "eus interiores e exteriores" com trechos marcantes e embalados por ilustrações minimalistas feitas pela talentosa Brunna Mancuso

Aliás, o design deste livro é impecável. Tudo faz sentido quando todo o conjunto é apreciado, desde a escolha por não usar letra maiúsculas nas iniciais das palavras (como visto nos livros de Amanda Lovelace e Rupi Kaur) até as páginas em preto que parecem dividir o livro em partes que se tornam interlúdios para determinados assuntos retratados. É como se eu estivesse sentada junto de outras pessoas numa roda, onde cada uma delas estivesse compartilhando um pedaço de sua vida e daquilo que permeia seus pensamentos. 

Como dito no início, os textos não contém assinaturas, o que pode causar certo incômodo para alguns leitores que gostam de saber a autoria de cada um deles. Apesar disto, ao final da obra, temos os perfis do instagram de cada autora, que compartilham seus trabalhos diariamente. Como alguém que já foi conferir suas publicações, quando você retorna para ler alguns trechos do livro, acaba percebendo um estilo único em cada delas, o que dá um entendimento de quais são seus respectivos textos na obra. 

Apresentando temas atuais, Chorar de Alegria literalmente é capaz de fazer seu título virar realidade. Lúdico, triste e real, o livro resume parte do caos que devemos conviver cotidianamente, mesmo que de forma inconsciente em alguns casos. Uma leitura que recomendo de olhos fechados e com a mão no coração. Em resumo e citando um trecho da orelha de seu produto físico, esta obra é "uma declaração de amor ao ato de viver". 

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EXTRAS: 

SOBRE AS AUTORAS: 

Carol Stuart: sempre quis ser escritora. Leonina e mineira de Belo Horizonte, ela adora plantas e música, e muda o cabelo toda vez que tem seu coração partido – motivo pelo qual já usou mais de dez cores na cabeça. Romântica incorrigível, ela vê na escrita uma forma de libertação, um jeito de se despir nas palavras, de aceitar as ressignificações do mundo ao seu redor. Para ela, escrever é um jeito de se descobrir – e de se aceitar também.

Fernanda Gayo: a maior paixão da carioca Fernanda Gayo é escrever, já que sempre tropeça nas palavras ao falar. No papel, porém, tudo é diferente – seus textos são o lugar onde discorre longamente sobre seus amores, sejam eles possíveis ou não. Apaixonada por sua família, Fernanda luta contra o lúpus, doença autoimune, ainda usa cabelo emo e está em um processo constante para acreditar mais em si mesma.

Jéssica Barros: estudante de jornalismo, Jéssica Barros se encontrou na poesia ainda adolescente. Moradora de Sergipe, ela ama praia, conversas sobre viajar no tempo e, acima de tudo, escrever. Para ela, a poesia não é apenas uma paixão: é uma necessidade. Tomar as rédeas de sua própria narrativa e reconhecê-la no papel é o que dá sentido à sua vida. Jéssica tem certeza de que todos têm pequenas explosões dentro de si – e há jeito melhor de explodir do que em palavras?

Lorena Pimenta: formada em produção audiovisual, Lorena Pimenta é conhecida pelos vizinhos como “garota-sorriso”. Carioca da baixada, ela adora dias ensolarados, muita praia e – é claro – a poesia, a forma que encontrou de existir no mundo. Escrever é sua forma de fazer o amor dançar, não só no seu peito, mas no de outras pessoas. Canceriana, Lorena adora cantarolar por aí, pensando nas tatuagens que ainda quer fazer e nos textos que pretende escrever para continuar a tocar as pessoas.

Maysa Muniz: estudante de psicologia de Goiás, não há nada melhor do que o amor. Detalhista e observadora, a geminiana é completamente apaixonada pela vida e pelas pessoas ao seu redor, e descobriu na escrita uma forma não apenas de se salvar, mas de salvar os outros também. Com um coração que pulsa forte, sua vida mudou quando percebeu que suas palavras podiam criar raízes fora dela e tocar outros universos por aí.

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