[INDICAÇÕES DA MARIE] 7 LIVROS ESCRITOS POR MULHERES INDÍGENAS.

janeiro 27, 2021


Desde a década de 90, muitos indígenas passaram a criar seus próprios materiais para espalhar conhecimento sobre seus modos de vida e costumes, muitas vezes estereotipados por nossa falta de informação ou pré-conceitos estabelecidos pela sociedade. Felizmente, hoje existem muitas discussões e movimentos em prol destes diversos povos, o que nos faz tirar aquela lente perigosa do "são todos iguais". Assim, inspirada e com base nas postagens incríveis e super necessárias do projeto Leia Mulheres Indígenas, selecionei sete títulos que você precisa conhecer. Se você quiser conhecer um pouco mais, indico a lista de outras indicações feitas pela Mayra do canal All About That Book e esta matéria da revista Quatro Cinco Um. Também recomendo a Pachamama Editora, especializada na publicação em temáticas que contemplem as Culturas Indígenas, em livros bilíngues, registrando os saberes e a História dos Povos Originários. Vale a pena conferir o seu catálogo, que é incrível! 

1. Os Donos da Terra, co-autoria de Glicéria Jesus da Silva (Glicéria Tupinambá), com Daniela Fernandes Alarcon, com ilustração Vitor Flynn Paciornik.

Baseado em uma pesquisa antropológica de fôlego, Os donos da terra aborda episódios históricos e recentes da luta dos Tupinambá da Serra do Padeiro, no sul da Bahia, pela recuperação dos territórios ancestrais dos quais foram expulsos pelo avanço da colonização — que continua até hoje. Entre mobilizações e retomadas, operações da Polícia Federal e ações paramilitares, prisões de lideranças e a violência passada e presente dos poderes locais, esta HQ revela aspectos da memória, da visão de mundo e da cultura de um povo que, guiado pela sabedoria dos antepassados e dos encantados, e unido por fortes laços comunitários, resiste ao esbulho territorial e à batalha simbólica que nega sua origem indígena e seus direitos constitucionais. As sete narrativas deste livro abrem uma janela pela qual é possível começar a conhecer uma gente que não abaixa a cabeça e, todos os dias, constrói possibilidades de um mundo mais justo.

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2. O lugar do saber, Márcia Wayna Kambeba.

Márcia Wayna Kambeba é indígena pertencente ao povo Omágua/Kambeba no Amazonas, Alto Solimões. Desenvolve um trabalho autoral lítero-musical com canto e poesia onde pela poesia, canto, fotografia busca informar numa luta descolonizadora e chamando para um pensar crítico-reflexivo sobre os povos indígenas. 

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3. Boacé Uchô, Aline Rochedo Pachamama.

Boacé Uchô, na língua do povo Puri, ao qual pertence a historiadora, escritora e ilustradora Aline Rochedo Pachamama, significa “Palavra-terra”, “Palavra que pulsa”. A percepção da palavra viva, que brota da terra, conheci por meio das falas das minhas e meus ancestrais. Tal informação chegou a mim porque, apesar da violência simbólica de uma história escrita na matriz colonizadora, a história oral dos Povos Originários persiste – explicou a escritora. Segundo ela, para honrar a história de seus antepassados, o livro registra o relato de vários representantes do povo Puri da região da Serra da Mantiqueira. Aline pretende que o livro seja um documento histórico que possibilite questionamentos em relação a registros que expõem a não existência do Povo Puri.

4. A cura da Terra, Eliane Potiguara.

Moína é uma menina muito curiosa, de origem indígena, e que adora se aconchegar nos braços da avó para ouvir histórias. Ela quer entender o sentido de sua vida, as suas transformações. Mas uma história em especial revelará à menina o sofrimento pelo qual seu povo passou, as descobertas e a sabedoria de seus ancestrais e também como conseguiram a cura de um de seus bens mais preciosos: a terra.

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5. Yara é Vida, Lia Monapoty e Yaguarê Yamã.

A obra surgiu na imaginação conjunta dela com seu tio Elias, também escritor e grande contador de histórias nativas. A obra trata, como pano de fundo, sobre a água, o valor que ela tem para o povo indígena e a inclusão na história de uma entidade bem bonita e do bem como as tantas que povoam a mitologia do povo Maraguá. 

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6. O espaço lembrado: experiências de vida em seringais da Amazônia, Márcia Mura.

O centro da pesquisa da autora, organizada em duas partes, são quatro histórias, quatro narrativas orais, de mulheres que viveram parte longa de suas vidas em seringais e vieram depois para o espaço urbano. A trajetória de vida dessas mulheres, lembrada pela memória de protagonistas, é o fio do condutor da viagem que Márcia empreendeu, mas os rios, os lagos e paranás navegados dizem muito mais, vão além das palavras narradas e transcriadas, para reconstituírem imagens que emergem da alma do interior amazônico. Afetividade, experiências vividas, representações imagéticas, o sensível aflora por todas as páginas de sua escrita, poética e rigorosa, metódica, fluente e saborosa, porque temperada com os conhecimentos de uma perspectiva multidisciplinar, dialógica.

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7. Crônicas ordinárias, Fernanda Vieira (Xocó).

O cotidiano nunca é simples. Na complexidade da vida rotineira proposta por Fernanda Vieira, as Crônicas ordinárias apresentam retratos poéticos de um dia a dia emaranhado em fios de dúvidas, tensões, felicidades, sabores e dissabores que tecem uma autora completa, dinâmica e hábil no seu ofício de escrita. Crônicas que levarão o leitor aos detalhes e minúcias da vida comum, destacando sua densidade e atmosfera singulares. Crônicas, enfim, extraordinárias.

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Este artigo sobre literatura indígena é bem interessante. Neste site, você consegue acessar vários artigos, nomes de autores e outras informações complementares.


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