[RESENHA] Rainhas Geek, Jen Wilde.

agosto 01, 2018


Olá galera, tudo bem? Hoje vou trazer um livro que me surpreendeu muito. Recebi muitas indicações dele e até assisti alguns vídeos de booktubers para tentar formar alguma opinião e tomar coragem para comprar. Assim que ele chegou e iniciei minha leitura. Só posso dizer que não me arrependi em nada. Que delícia de personagens, história e escrita. 

SINOPSE: Charlie é youtuber, atriz, bissexual... E uma das atrações principais da Supa Con, a convenção de cultura pop mais famosa do mundo. Essa é sua chance de mostrar aos fãs que superou seu término público com o ex-namorado – e co-estrela de seu último lme – Reese Ryan. O reencontro de Charlie e Reese deixa o clima pesado, mas quando a it girl Alyssa Huntington aparece como convidada surpresa no evento, o que Charlie pensava ser apenas um crush de internet se mostra muito real. Melhor amiga de Charlie, Taylor quer ser invisível. Seu cérebro parece estar programado para funcionar de maneira diferente das outras pessoas e ela gosta de rotina e estabilidade. A única mudança que ela quer em sua vida é no status de sua amizade com Jamie, o que ela sabe que nunca acontecerá. Mas, ao ouvir sobre um concurso de cosplay de seu fandom favorito, Taylor começa a repensar até onde vai seu medo de se destacar.

Desde 2016, sou apaixonada pelo Wattpad. Acredito que seja uma das melhores coisas desta internet. Ele possibilita que muitos autores anônimos e independentes ganhem visibilidade e uma oportunidade de contrato e lançamento do livro físico/ebook. Fico muito feliz quando vejo alguns deles fazendo sucesso e conseguindo realizar seus sonhos. Com a Jen Wilde não foi diferente. Rainhas Geek foi um presentão de aniversário que dificilmente esquecerei. A história de Taylor, Charlie, Alyssa e Jamie me conquistou desde suas primeiras páginas. Sabe aquele livro que você pega para ler e não consegue parar de tão fissurada que fica? Este é o livro que define tudo isto.

"Aqui o meu esquisito é normal. Meu esquisito é acolhido, aceito  e esperado"

Neste momento eu estou buscando livros que me inspiram e no qual me vejo sendo representada. Em Rainhas Geek me senti assim acompanhando a personagem Taylor. Ela e Charlie são as protagonistas deste livro, nos fazendo refletir sobre os mais diversos assuntos: relacionamento, sororidade, empatia, reciprocidade, gordofobia, sexualidade e claro, muita coisa boa da cultura geek. Apesar de tudo isso, a amizade é o verdadeiro sentimento que o livro mais explora. Você sente aquele quentinho no coração conforme sua leitura acontece. 

A personagem que mais senti próxima foi Taylor. Temos muitas questões em comum e me vi refletida em seus ações e falas. É como se Jen tivesse colhido depoimentos meus e transformados nos capítulos narrados pela Taylor. Foi uma experiência surpreendente. Taylor tem um espaço na internet onde escreve sobre sua série de livros favorito e vai para a convenção Supa Con, com o objetivo de conhecer a autora. Porém, surgem alguns obstáculos neste meio tempo que fazem com que muitos problemas enfrentados pela ela surjam de uma vez, o que permite com que ela lute contra estes demônios e consiga viver momentos maravilhosos.

Morri de amores com a relação dela com o Jamie. Estes dois são tão lindo juntos que só sinto vontade de apertá-los e guardar em um potinho. A maneira como os dois cuidam um do outro, em especial o Jamie com a Taylor, é uma das coisas pelas quais a leitura se tornou prazerosa. Fez surgir aquela chama da esperança de ver mais personagens masculinos que saibam não somente respeitar suas companheiras como também ter desenvolvimento e profundidade narrativa.

O livro também nos apresenta termos que são novidade e ao mesmo tempo causam certo pré-conceito em nossa sociedade. O primeiro é a interseccionalidade, que é o estudo da sobreposição ou intersecção de identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação. Está muito ligado a personagem Charlie, que traz a questão da sexualidade e gênero para discussão. Neste link, você pode conhecer um pouco mais sobre o assunto. E o segundo terma é a chamada ressaca social, que é o "desgaste experimentado depois de encontrar um grupo grande de pessoas. Algumas pessoas até têm dores musculares e dores de cabeça, parecidas com uma ressaca provocada por álcool, mesmo sem ter bebido álcool. Comum entre indivíduos introvertidos." (Jornal Nexo). Ambos estes termos, como outros assuntos importantes e considerados "tabus", são expostos para nós, leitores. É gratificante. 

"Seja qual for a escuridão que tenham que enfrentar. 
Heróis são destinados a vencer" 

A atmosfera criada pela convenção geek é muito interessante de ver quando relacionada a cada personagem. No caso de Taylor, ela diz que era muito bom estar em local onde ela poderia se sentir "estranha" junto com outras pessoas. Era como se eles finalmente estivessem livres para serem eles mesmos. Foi agridoce ler algo assim. Infelizmente, vivemos em uma bolha chamada mundo, onde somos julgados e sentenciados por nossos gostos pessoais, como se isto pudesse definir nosso caráter. No caso, só dá a liberdade para pensamentos e atos preconceituosos e misóginos.

Mas falando um pouco sobre a Charlie, amei cada parte dela. Uma mulher que sabe o que quer. Talentosa, linda, segura de si e que sofreu muito na mão de um namorado que não soube reconhecer o tesouro que ela era. Tenho certeza que muitas garotas passam pela mesma situação. A maneira como a Jen nos tornou próximos da Charlie, nos faz criar um sentimento muito grande de proteção. A questão da fama por consequência da visibilidade da internet é muito bem explorada. Mas a cereja do bolo é a relação dela com a Alyssa. Como amei estas. Ambas se ajudam e  o modo como Alyssa consegue fazer Charlie entender sobre como o seu antigo relacionamento era tóxico é um ponto alto. 

Questão importante é que no livro uma personagem tem Aspenger. Achei tão bacana a autora dar espaço para falar sobre expecto do autismo. Para quem não conhece, Aspenger é um transtorno de desenvolvimento que afeta a capacidade de se socializar e de se comunicar com eficiência. Ele pode durar anos ou a vida toda. Um treinamento comunicacional e terapia comportamental podem ajudar pessoas com a síndrome a aprender a conviver melhor. E a forma como a Jen o aborda é didático, emocionalmente intenso e o principal, responsável. O que me fez amar ainda mais este livro.

Um livro que você devora em questão de horas. Aborda temas importantes de maneira consciente e te faz ficar ainda mais apaixonado por este mundo incrível dos livros, das conversões, dos games, dos quadrinhos e do universo geek. Eu recomendo muito.  

MEUS QUOTES FAVORITOS 

"Nós, mulheres, precisamos ajudar umas às outras, sabe?"

"Perdi as contas de quantas vezes me chamaram de amarga ou esnobe, interpretando mal minha timidez ou considerando a falta de contato visual como desrespeito ou falta de cortesia"

"Coisas do cotidiano podem ser mais dificies para nós, mas isso não nos torna erradas ou menores que as outras pessoas. Levei muito tempo e me odiei muito até entender isso. Todo mundo tem seus pontos fortes. E todo mundo tem sua kriptonita"

"Não precisa se enquadrar em como a sociedade diz que uma garota deve ser. As mulheres podem ser quem quiserem ser. Uma agente do FBI durona e sarcástica que resolve crimes, ou uma miss divertida e linda, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Está feliz como é? Está confortável? Sente que essa é você mesma? (...) O resto que se foda."
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SOBRE A AUTORA: Jen Wilde é escritora, geek e fangirl com certo vício em café, livros e pugs. Ela escreve histórias de zumbis, bruxas e nerds. Sua série de estreia alcançou mais de três milhões de leituras on-line e se tornou um best-seller da Amazon. Quando ela não está escrevendo, Jen adora assistir Netflix, comer pizza, viajar para lugares distantes e ir à convenções fazendo cosplay de Marty McFly.

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