[RESENHA] Um milhão de finais felizes, Vitor Martins.

agosto 03, 2018


Eu sou louca pelo Vitor! Sabe aquele escritor que você leria até uma bula de remédio se ele escrevesse? Esta é a minha relação com ele. Desde quando conheci Quinze Dias, a cada nova aventura que o Vitor nos presenteia já está na minha lista. E UMDFF está sendo uma das melhores leituras do meu ano e da minha vida. Por isso: OBRIGADA VITOR MARTINS! Mas bora falar mais sobre este livro lindão: 

SINOPSE: Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais, sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas. Mas é quando ele conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.

Uma coisa que eu valorizo muito é a escrita única do autor. Sempre tem aquele toque mágico e especial que faz com que você saiba que o livro pertence a ele. Com o Vitor não é diferente. A maneira como ele aborda os temas, nos apresenta os seus personagens e nos fisga com seus antagonismos é algo surreal. Peguei-me rindo e chorando, tudo ao mesmo tempo. Esta é a verdadeira essência de um ótimo livro, o que ele pode te proporcionar.

Jonas trabalha na Rocket Café, uma cafeteria estilo Srabucks - só que muito mais legal e original. Ele é um grande leitor e um pseudo-escritor que anota todas as suas ideias em um caderninho. Vive com sua mãe e pai, ambos bem conservadores. O pai de Jonas é alcoólatra e tem pensamentos retrógrados e preconceituosos. Sua mãe é uma personagem na qual senti muita empatia. Ela é uma religiosa fervorosa, mas ama seu filho e se esforça para entendê-lo. O antagonismo familiar da história é muito intenso. O ao longo do livro o autor trata de assuntos delicados como a sexualidade e a religião, nos conduzindo a uma história de autoconhecimento emocionante.

A amizade entre Jonas, Karina, Bruno e Isadora é a melhor parte do livro. O Danilo é aquele amigo incrível que você se diverte a qualquer momento e se contagia com sua alegria. Karina foi um personagem apaixonante e a cada cena dela , principalmente junto de Jonas, eu me via abrindo um sorriso. No momento mais difícil da vida do protagonista ela estava de braços estendido, para confortá-lo sem julgamentos. E eu a amei por isso. Isadora é uma personagem que me fez refletir muito. A relação dela com o Artur me fez pensar nas minhas próprias. O sentimento de cumplicidade e carinho se expande ao longo das páginas. 

O que posso falar de Arthur? Como eu o adorei. Como ele, adoro High School Musical e já fui bastante viciada em Teen Wolf.  A maneira como ele e Jonas se conhecem e como o relacionamento deles cresce é lindo e inspirador. Um casal daqueles que você não sabe se quer ser ou viver. Os dois se tornaram uma voz potente para a comunidade LGBTQ+ e para o público YA nacional. Falando nisso, as melhores referências saem quando estes dois estão juntos. O livro tem suas 320 páginas que passam rapidamente em meio a romances, encontros, descobertas e um drama muito bem construído. Um pequeno adendo: a partir do capítulo 30, reserve lencinhos e leia em um local reservado, pois garanto muitas lágrimas.

Tod e Bart

Piratas Gays é o livro escrito por Jonas, estilo a Cath no livro Fangirl da Rainbow Rowell. No caso seu alter-ego é Tod, o pirata que assumiria futuramente o lugar do Capitão, seu pai adotivo. Bart, que representa Arthur, é o pirata (e cozinheiro) recrutado por Tod para ajudá-lo. Eu amei acompanhar esta história à parte e deu vontade até de ler mais sobre eles. 

Resumo 

O Jonas é o personagem chave do livro. A questão de sua sexualidade, o desconforto por não poder se assumir para sua família, a religião como uma espécie de prisão para existência, a sua relação com a aparência e a maneira como desenvolve a relação com o Arthur são os pontos-chave desta obra. É aquele combo que nos faz sofrer, mas ao mesmo tempo entender e refletir sobre nós mesmos. Eu me vi muito no Jonas, particularmente no seu mascaramento de seus sentimentos. Então eu só sabia torcer pela melhora do Jonas, vinda de sua aceitação para seguir no caminho da sua felicidade.

Um milhão de finais felizes traz muitas camadas. Eu amei acompanhar cada parte desta história. Sinto-me honrada de poder ver o talento do Vitor crescendo cada vez mais. Foi um imenso prazer conhecer o Vitor, Arthur, Karina e companhia. Deixo aqui a minha super recomendação! Um livro agridoce, mas que deixa um quentinho no seu coração e a esperança de que nenhuma religião ou pessoa consiga dominar os sonhos daqueles que somente querem ser feliz. 

MEUS QUOTES FAVORITOS 

"Eu me sinto cheio, mas vazio ao mesmo tempo"

"Minha cor favorita é você"

"Não existe essa coisa de não poder reclamar com alguém que tem problemas piores. Aliás, nem existe essa de problema pior. Não é uma competição de problema" 

"Uma amizade inconstante tem seus altos e baixos, mas de certa forma, dura a vida inteira" 

"E então eu me dou conta de que, sem que a gente perceba, a vida continua acontecendo" 

"Eu te amo e tenho certeza de que, mesmo passando por tanta coisa ruim na vida, você ainda guarda um milhão de finais felizes aí dentro" 


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AGENCIAMENTO 

SOBRE O AUTOR: Vitor Martins nasceu em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, e atualmente mora em São Paulo. Publicou seu primeiro romance, "Quinze dias", em 2017 e "Um milhão de finais felizes" em 2018, ambos pela Globo Alt, o selo de literatura jovem da Globo Livros.

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