Continuações de livros que eu normalmente gosto me deixam apreensiva. Tem histórias que se sustentam sozinhas, com desfechos que não são conclusivos e que deixam aquele gostinho agridoce. Mas, quando bem escrito e com uma narrativa que consegue nos surpreender, se torna um ótimo presente. Em Todos os dias que se tornaram realidade, Giovana Taveira nos oferece mais uma oportunidade de conhecer a mente doentia de Gabriel e sabermos sobre nossa querida Sarah e como ela está lidando com tudo que ocorreu. Vale a pena seu investimento.

SINOPSE: Sarah ainda enfrenta seus traumas e lida com as sequelas deixadas por todas aquelas noites que nunca aconteceram. Ela se adaptou ao cotidiano e retornou à sua carreira, ganhando cada vez mais destaque, mas ainda não parece ser o suficiente. Após três anos de sessões de terapia e divagações noturnas, ela sabe que só há um meio de resolver tudo. Existe apenas uma maneira de silenciar seu conflito. O ponto final que precisa está em outro país, em um outro continente e atende pelo nome de Rafael. Aproveitando uma viagem de negócios, Sarah reúne toda a coragem necessária para confrontar seu passado e poder viver seu futuro em paz. Uma mulher confusa, um homem gentil e o lugar dos sonhos. Tudo volta a ser perfeito e os dias começam a fazer sentido novamente. Mas a carga emocional pode ser mais pesada do que imaginava. Uma mulher problemática. Um homem perturbado. Um recomeço angustiante. Quem Sarah se tornou? 

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[ESTA RESENHA CONTÉM SPOILERS DO PRIMEIRO LIVRO]

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Como dito no início, foi uma surpresa saber que existiria este livro. Quando terminamos de ler o primeiro livro e nos deparamos com aquele final mórbido e ousado, ficou o questionamento: será que Gabriel passaria impune por seus crimes? Sarah conseguirá se recuperar de um trauma tão complexo?Eis que surge Todos os dias que se tornaram realidade nos apresentando o presente da vida de Gabe que persiste na sua loucura de possuir Sarah.

É extremamente incômodo ler e acompanhar seus pensamentos, principalmente por sabermos o grau de crueldade com que atuou no primeiro livro. Neste, ele se encontra usurpando a vida de seu irmão (que ele assassinou) Rafael, em Portugal. Incansavelmente continua a planejar um novo sequestro para garantir com que Sarah nunca mais saia de seu alcance. Por consciência (ou não) ele encontra nossa protagonista no mesmo local em que mora, pois ela está realizando uma viagem de negócios. Assim, surge o questionamento: será que Sarah vai perceber que Gabe está vivo? 

A forma como o livro discorre ao longo das páginas nos deixa apreensivos, surpresos e com aquele frio na barriga a partir do momento que começamos a receber plot twists que nos deixam de cabelo em pé e um arrepio na nuca. Mesmo que seja perceptível o caminho com que segue, por ser um livro de Giovana Taveira, podemos esperar absolutamente tudo. E quando tudo vai se encaminhando para final, fica até difícil crer em alguns acontecimentos (de uma forma positiva).

O ritmo de leitura é ótimo, pois é um livro menor e com um fôlego a mais por conta da dinâmica entre os personagens principais. Inclusive, gostaria de parabenizar a autora por mais uma vez nos deixar viciados neste personagem perturbador que é Gabriel e por fortalecer o gênero suspense em território nacional com uma personagem badass como Sarah. É um livro que assim como Quinto Estágio de Natalia Saj, precisa ser lido sem muitas pistas para que seu divertimento esteja na busca por respostas. Espero que vocês possam gostar. 

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