[LITERATURA LATINO-AMERICANA] CARLOS RUIZ ZAFÓN.

novembro 03, 2019


Olá queridos, tudo bem? Hoje vos trago o excelentíssimo Carlos Luiz Zafón, famoso escritor espanhol que tem um grande público brasileiro e arrebata seus leitores com suas histórias bem construídas e escritas. Os livros mais famosos de Zafón são referentes a série O Cemitério dos Livros Esquecidos que começou a ser publicado em 2001 e terminou em 2017, com o lançamento do último livro intitulado O labirinto dos espíritos. O mais bacana é que tais livros podem ser lidos sem estar na ordem, mas quando se percebe a ligação entre as histórias a genialidade do autor se torna uma de suas maiores características. 

Zafón vive em Los Angeles desde 1993, onde desenvolveu a maior parte de seus livros e alguns roteiros. Seu primeiro romance foi "O Príncipe da Névoa", que o fez receber o prêmio Edebé de literatura e repercussão de tal modo a ganhar tradução para diversos idiomas. A história fala sobre uma família que precisa lidar com uma casa que apresenta estranhas situações em meio a diversas descobertas e vivências de seus respectivos moradores. Sobre este livro, Zafón diz que o escreveu ao seu lembrar de sua adolescência e do que gostava de ler. "No caso de O Príncipe da Névoa, na falta de outras referências, resolvi escrever um romance que teria gostado de ler quando tinha 13, 14 anos, mas que continuasse a me interessar também ao 23, 43 ou 83 anos".

Ele se consagra como escritor dos jornais espanhóis La Vanguardia e El País, além de roteirista para cinema. Contudo, sua aclamação foi com os livros da série O Cemitério dos Livros Esquecidos que é conhecido mundialmente pelo excelente trabalho do autor. Os livros são um grande quebra-cabeça, principalmente quando lidos em ordem cronológica. Segue a sequência dos livros (já lançada no Brasil):

A sombra do vento, editora Suma: Barcelona, 1945. Daniel Sempere acorda na noite de seu aniversário de onze anos e percebe que já não se lembra do rosto da falecida mãe. Para consolá-lo, o pai leva o menino pela primeira vez ao Cemitério dos Livros Esquecidos. É lá que Daniel descobre A sombra do vento, romance escrito por Julián Carax, que logo se torna seu autor favorito, sua obsessão. No entanto, quando começa a buscar outras obras do escritor, Daniel descobre que alguém anda destruindo sistematicamente todos os exemplares de todos os livros que Carax já publicou, e que o que tem nas mãos pode muito bem ser o último volume sobrevivente. Junto com seu amigo Fermín, Daniel percorre a cidade, adentrando as ruelas e os segredos mais obscuros de Barcelona. Anos se passam e sua investigação inocente se transforma em uma trama de mistério, magia, loucura e assassinato. E o destino de seu autor favorito de repente parece intimamente conectado ao dele.

O jogo do Anjo, editora Suma: Barcelona, anos 1920. David Martín tem vinte e oito anos, uma casa em ruínas e um talento para a literatura que nunca o protegeu de desgraças ou lhe trouxe qualquer glória. Com uma doença terminal e vendo o amor da sua vida nos braços do melhor amigo, David passa os dias em sua mansão lúgubre, escrevendo séries policiais e vendendo barato o seu talento. É quando surge Andreas Corelli, um misterioso editor estrangeiro com uma proposta irrecusável. Fama, dinheiro, saúde: tudo em troca de um único livro. Um livro que terá o poder de influenciar milhões de vidas. Um novo evangelho. Mas, conforme a obra se desenvolve, David percebe que existe uma conexão sinistra entre o livro que está escrevendo e as sombras que envolvem sua casa dilapidada ― e que seu editor também esconde alguns segredos perturbadores. Mais uma vez, Zafón nos leva por uma Barcelona sombria e gótica, em uma trama cheia de intrigas, romance e tragédia.

O prisioneiro do Céu, editora Suma: Barcelona, 1957. É natal e os clientes são escassos na livraria Sempere & Filhos; as contas vêm se acumulando. É quando um homem com mão de porcelana visita a loja e compra o item mais caro: um exemplar raríssimo de O conde de Monte Cristo, onde deixa a dedicatória “Para Fermín Romero de Torres, que retornou de entre os mortos e tem a chave do futuro”. Este é o ponto de partida para que conheçamos mais da história de Fermín, incluindo seus anos no Castelo Montjuic, a prisão do governo Franco, na época gerenciada pelo nefasto Mauricio Valls. Com medo de que um segredo enterrado há vinte anos finalmente venha à tona, ele narra a Daniel suas tentativas de fuga da prisão, junto a um companheiro de cárcere. O prisioneiro do céu é uma história sobre prisão, tortura, inveja, traição e assassinato, onde as tramas de A sombra do vento e O jogo do anjo convergem para a resolução do enigma escondido no coração do Cemitério dos livros esquecidos.

O labirinto dos espíritos, editora Suma: Madrid, anos 1950. Alicia Gris é uma alma nascida das sombras da guerra, que lhe tirou os pais e lhe deu em troca uma vida de dor crônica. Investigadora talentosa, é a ela que a polícia recorre quando o ilustre ministro Mauricio Valls desaparece; um mistério que os meios oficiais falharam em solucionar. Em Barcelona, Daniel Sempere não consegue escapar dos enigmas envolvendo a morte de sua mãe, Isabella. O desejo de vingança se torna uma sombra que o espreita dia e noite, enquanto mergulha em investigações inúteis sobre seu maior suspeito ― o agora desaparecido ministro Valls. Os fios dessa trama aos poucos unem os destinos de Daniel e Alicia, conduzindo-os de volta ao passado, às celas frias da prisão de Montjuic, onde um escritor atormentado escreveu sobre sua vida e seus fantasmas; aos últimos dias de vida de Isabella, com seus arrependimentos e confissões; e a intrigas ainda mais perigosas, envolvendo figuras capazes de tudo para manter antigos esqueletos enterrados.

Um dos grandes elogios ao autor é a forma como retrata a cidade de Barcelona. Ela ganha tons mórbidos e luminosidade na mesma intensidade e pelo olhar de seus personagens conseguimos sentir mais sobre suas muitas facetas e o que tem a oferecer para seus cidadãos. Eu, pessoalmente, adoro quando um lugar ou ambiente se torna um participante ativo do enredo, ainda mais uma tão linda e charmosa como a cidade de Barcelona. Nas palavras de uma de suas leitoras que acompanho: "Barcelona é uma mulher jovem, com uma beleza singular mas, que se encontra insegura dessa beleza. Quem a olha não fica indiferente por ter qualquer coisa que é difícil explicar por palavras, embora todos sintam o mesmo".

Assim, deixo o convite para conhecer o trabalho deste autor. E se puder, conheça seus outros livros: O Palácio da Meia-Noite, As Luzes de Setembro e Marina. Em todas as suas obras você irá explorar uma construção visual quase palpável, graças ao conhecimento e técnica do autor pela sétima arte, com toque sutis e bem estruturados da arquitetura da cidade em que nasceu e ama. Além de tramas que dificilmente você irá esquecer. Nesta entrevista a FNAC, você conhecer um pouco mais sobre ele e suas noções da literatura no geral e inspirações para escrita.

"Pessoas que gostam de ler e gostam dos livros, que têm curiosidade intelectual, queiram desfrutar de uma história, da linguagem, dispostas a aceitar o desafio de jogar com a ficção. Escrevo para esses leitores, ou esse leitor."

FONTES E ANOTAÇÕES:
Wikipedia
Companhia das Letras 

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