[RESENHA] DOUX, NATALIA SAJ.

fevereiro 03, 2020


Depois de algumas leituras intensas é sempre bom ler um livro que nos deixa mais calmos e que traz uma certa leveza. Neste novo livro de Natalia Saj, temos um casal com uma química absurda e um olhar mais delicado e consciente sobre violência contra mulher. Com momentos bem fofos e ao mesmo tempo com uma pitada generosa de cenas quentes, Doux é aquele docinho apetitoso que você pode consumir sem moderação. 

SINOPSE: DOUX: doce que normalmente não o é. Vinho, pele, beijo. Doce, de maneira sutil e agradável, sempre um significado positivo, usado mais para sensações tácteis do que sabor. A receita pode parecer simples, mas esconde além do que o óbvio aparenta. O mundo contido de Julieta Constantino, uma mulher virgem e desiludida, se cruza com a explosão de segredos de Romeu Cassinelli, um chefe de cozinha renomado e ídolo de Julieta, depois de uma proposta irrecusável. Emaranhados em seus próprios desejos, Romeu e Julieta descobrirão que há mais tipos de doçura no mundo do que o paladar conhece.

Julieta é uma mulher destemida e que parece não enxergar o quão forte e talentosa pode ser, o que a faz se esconder sob o protecionismo exagerado de seu então noivo, Luis. Quando descobre a traição por parte dele, se separa, ao mesmo tempo em perde seu emprego e se encontra amparada por seus amigos, Larissa e Edu. Porém, numa oportunidade brilhante na vida (e por indicação de seu amigo) começa a trabalhar para seu ídolo e inspiração, Romeu Cassinelli, um chef de cozinha renomado. A partir deste ponto, a trama se desenrola de forma dinâmica e rápida.

Romeu é um personagem incrível de acompanhar, principalmente pela forma como Saj desconstruí o estereótipo de homem másculo e sem qualquer demonstração de emoção. Eu amei a forma como ele consegue ser romântico de forma tão intensa e crível, o que reflete em como trata sua família, amigos e funcionários. Suas cenas com a Julieta são fumegantes e depois de Hammer e Cara, eles são meu casal favorito. Até julgo dizer que ele é o melhor mocinho das obras de Saj (desculpe Jason!).

A interação entre Camille e Julieta também foi algo positivo na história. No começo, você imagina que vai haver algum tipo de desentendimento entre elas por conta do envolvimento de ambas com Romeu. No entanto, ao longo dos capítulos, percebe-se que a narrativa nos deixa ser enganados, tornando-as grandes confidentes. O tema sororidade é algo que sinto falta em livros deste subgênero, fruto de nossa própria cultura em querer colocar mulheres brigando por conta de um interesse amoroso em comum.

Outro ponto que deve ser considerado é a maneira como a virgindade foi retratada. Adorei que não houve uma personificação pejorativa por parte do termo e do seu significado. Ela queria continuar virgem por escolha dela, pois gostaria de estar com alguém que a valoriza verdadeiramente. Gostei das cenas de preliminares e de sua primeira relação sexual. Ao meu ver, não configurei como instalove (amor instantâneo), pois a autora condicionou o tempo da narrativa e seus acontecimentos para o livro ser curto, e mesmo assim, tudo ocorre de forma coerente.

Como dito no início, a retratação da violência contra a mulher foi muito bem pensada e escrita com delicadeza e sem expor a cena em questão de forma explícita. É importante nos livros de romance adulto, que exista uma consciência por parte do autor para que todo assunto que remeta a questões sociais ou de violência (seja ela física ou psicológica) sejam expostos de maneira a mostrar suas formas, causas, consequências e combate/prevenção. É respeito e consideração pelas vítimas e como forma de informação para quem é leigo sobre o conteúdo apresentado.

Doux é um livro que considero uma leitura leve, apesar dos temas abordados. Com um final que deixa aquele quentinho no coração, tenho certeza que a leitura irá lhe cativar muito. 

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