[RESENHA] RASTRO DE SANGUE: JACK O ESTRIPADOR, KERRI MANISCALCO.

abril 20, 2019



"No meu tempo livre, eu abro os corpos dos mortos. (...) Eu lhe garanto que o que quer que o senhor tenha a nos mostrar não será demais para o meu estômago." 

Sinopse: O assassino mais perigoso da história espera por você Combine a astúcia de Sherlock Holmes com a determinação de Lia, a heroína das Crônicas de Amor & Ódio. Pronto, você já tem uma pista de quem é Audrey Rose, a detetive protagonista de Rastro de Sangue: Jack, o Estripador. Prepare-se para acompanhá-la pelos becos sombrios de Londres neste romance policial com grande pesquisa histórica. Você nunca mais vai encarar a era vitoriana do mesmo jeito após devorar este lançamento da DarkSide Books. Audrey Rose não é a típica donzela inglesa do século xix. Quando ninguém está vendo, a jovem realiza autópsias no laboratório de seu tio, contrariando a vontade de seu pai e todas as expectativas da sociedade. Ela pode não saber fazer um penteado elaborado, mas faz uma incisão em Y num cadáver como ninguém. Seus estudos em medicina forense a levam na trilha do misterioso Jack, cujos assassinatos brutais derivados de uma terrível sede de sangue amedrontam a cidade. E Audrey Rose, empoderada desde o berço, quer fazer justiça às vítimas - ​​mulheres sem voz e marginalizadas por uma sociedade extremamente sexista. Na companhia de Thomas Cresswell, o aprendiz convencido e irritante de seu tio, ela decide seguir seus instintos e os rastros de sangue do notório assassino. Afinal, nenhum homem foi capaz de descobrir sua identidade.

Eu adorei o livro. Foi uma leitura surpreendente e que me conquistou, apesar das muitas ressalvas que trarei. A história acompanha Audrey Rose, que longe dos olhos julgadores da sociedade, realiza sessões de autopsia e tenta desvendar a identidade do assassino em série chamado Jack, O Estripador. A série ainda tem mais dois livros que prometem trazer histórias ainda mais desafiantes.

"Fingir que sou tão capaz quanto um homem? Por favor, senhor, não me tenha em tão baixa conta!"

Capturando aspectos da Era Vitoriana, período do reinado da Rainha Vitória, temos uma personagem feminina que se mostra forte e independente, especialmente ao lutar para impor respeito por ser mulher e por querer trabalhar junto aos homens na resolução de um dos grandes casos que o mundo, até os dias de hoje, não consegue esquecer e se mantem não solucionado. No começo, é uma delícia acompanhar a relação de Audrey e a profissão de legista, além de todo seu conhecimento com técnicas de cirurgias. Ao começar a investigar as mortes de diversas mulheres, ficamos na torcida por cenas em que a veríamos no modo badass. Porém, tudo pode se resumir a uma série de atrapalhadas situações entre os personagens e a forma como a investigação procede, o que acaba diminuindo o furor da leitura.

“Sutilmente, raspei sangue seco das bases das minhas unhas, lembrando-me da sensação de segurar um fígado nas minhas mãos e me perguntando que nova sensação traria autópsia de hoje.”

O romance entre Audrey e Thomas pode ter um bom potencial futuramente, mas neste livro ele foi desperdiçado em momentos impróprios (quando o foco deveria ser na investigação) e com uma construção voltada aos dois em conjunto e não individualmente. Também não consegui sentir aquela chama de paixão ou até mesmo grande cumplicidade entre eles. Conversando com outras pessoas, percebi que também sentiram isto, o que me deixou aliviada, pois estava quase pensando que o problema era unicamente comigo. Porém, não posso deixar de reiterar (novamente) o quanto espero que estes dois se desenvolvam individualmente, pois tenho total certeza que será algo maravilhoso de conhecer, já que em certos momentos somos fisgados por suas características únicas.

O final foi de certa forma bacana e frustrante, pois esperava mais por parte do caso e muita coisa já pude deduzir pela forma como a autora optou por nos apresentar as provas da investigação. Temos um verdadeiro rosto para o assassino e não posso deixar de parabenizar a Kerri pela ousadia e em reescrever uma história clássica e que possui tantos desencontros. Mesmo com todos os apontamentos, é um livro que vale a pena ser lido. Estou louca pelo segundo e acredito que a escrita tem tudo para melhorar e nos trazer histórias surpreendentes.

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Sobre o caso do Jack, o Estripador 

Este nome era um pseudônimo associado ao homem sem rosto que assombrou a Londres de 1888, ao assassinar mulheres (geralmente, prostitutas) da região leste da capital inglesa. O assassino mutilava os corpos das vítimas e retirava seus órgãos internos. Ao longo do tempo, muitos já foram apontados como suspeitos, entre eles famosos como o pintor Walter Sickert e até mesmo o autor de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. A polícia, na época, tinha os seus suspeitos, porém, não havia provas para prender alguém. Acredita-se que, ao menos, cinco prostitutas (talvez até 11) tenham sido mortas pelo maníaco. Fonte: HistoryPara saber mais, visite aqui

Sobre a autora: Kerri Maniscalco é americana e foi descoberta pelo autor best-seller James Patterson. Fez faculdade de Arte em Nova York, e durante dois semestres cursou cadeiras de Ciência e Criminologia, onde aprofundou sua paixão sobre medicina forense. Mantém um blog com receitas de sanduíches e outras gulodices. Rastro de Sangue: Jack, o Estripador é seu livro de estreia e chegou ao número 1 da lista dos mais vendidos do New York Times.

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@mariandonoslivros